A Justiça de Nova York terminou nesta semana com uma briga que se arrastava havia meses entre o órgão regulador de cemitérios do estado e um grupo de amantes de animais que desejam ser enterrados com seus animais. A partir de agora, quem quiser dividir a cova com os animais pode fazê-lo, desde que o sepultamento fique em um cemitério de animais, e não de humanos.
É o caso da moradora do Bronx Rhona Levy, 61, que planeja há anos descansar ao lado de seu cachorro e seus quatro gatos no cemitério de animais Hartsdale, no subúrbio de Nova York. “Meu desejo foi atendido e poderei ficar com minha família peluda para sempre”, disse ela. Em fevereiro, Rhona recebeu indignada a notícia da proibição da prática, cada vez mais comum nos Estados Unidos. Nos últimos anos, o país viu crescer o número de pessoas que, depois de uma vida de companheirismo e amizade, decidem ter o funeral realizado no local de descanso de seus cães e gatos.
O boom das covas compartilhadas fez com que a justiça interferisse no novo costume e banisse a prática em todo o estado em abril. Nos Estados Unidos, os cemitérios de humanos são entidades não-lucrativas e obedecem a uma série de regras estaduais. Enquanto isso, cemitérios de animais funcionam como empresas e cobravam, antes da proibição, taxas de mais de US$ 200 para incluir cinzas humanas às sepulturas animais.
Sete meses e muita polêmica depois, os cemitérios animais podem voltar a receber esse tipo de pedido, mas agora com novas regras. As taxas foram abolidas e os locais estão proibidos de fazer propaganda do serviço. A mudança veio como alívio para pessoas como a advogada Taylor York. Desde que seu tio Ryan morreu, em abril, a família guarda suas cinzas em uma caixa de madeira, em casa. A vontade de Ryan era ser enterrado ao lado de B.J I e B.J II, seus dois cachorros, mas a proibição impediu o funeral. Agora, Taylor prepara uma cerimônia no Cemitério de Animais Hartsdale para sexta-feira (23).
Fonte: Marie Claire