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HONG KONG

Tutores abandonam animais após políticas de tolerância zero contra a Covid-19

21 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Instagram | @hkdr_official

A organização em defesa dos animais Hong Kong Dog Rescue denuncia que desde o anúncio de tolerância zero contra a Covid-19, muitas pessoas partiram da região administrativa chinesa e abandonaram covardemente seus animais, que correm o risco de serem mortos por agências sanitárias. Até o momento, mais de 100 mil pessoas já sairam de Hong Kong. Animais não estão sendo aceitos em voos comerciais. Para retirar animais domésticos, é preciso fretar aeronaves particulares, esperar em longas listas de espera e podem custar milhares de dólares.

Aqueles que não querem seguir os protocolos de combate à Covid-19 e não podem retirar seus animais pelos meios legais, estão optando por abandoná-los. Abrigos de Hong Kong estão superlotados e já ultrapassaram a capacidade de funcionamento. Um porta-voz da Hong Kong Dog Rescue conta que um dos casos mais emblemáticos foi o de uma funcionária doméstica que foi levar os dois cães dos ex-patrões para o abrigo, porque eles se mudaram para o Reino Unido e deixaram os animais para trás. “Ela chorou muito, porque obviamente ela os amava muito”, disse.

Foto: Reprodução | Instagram | @hkdr_official

O número de certificados de saúde animal, emitidos pelo governo para permitir que animais viajem, subiu de 3,7 mil para 9 mil, mas os abandonos também cresceram em proporções aterradoras. A Pet Export Vet, uma agência de viagens autorizada a transportar animais, afirma que recebeu tantas solicitações que não está mais realizando reservas. Com o aumento da demanda e a valorização do serviço, os preços não param de subir. A Hong Kong Dog Rescue afirma que recebe, no mínimo, 10 animais por dia. Um aumento de mais de 100% em comparação a antes das políticas sanitárias.

Kirsten Mitchell, fundadora do Kirsten’s Zoo, outro centro de acolhimento de animais, afirmou que a situação é crítica e atípica. “Todas as instituições de caridade estão sobrecarregadas. As pessoas entregam seus peixinhos dourados, suas tartarugas, não apenas gatos e cachorros”, disse. A australiana Claire McLennan está tentanto sair de Hong Kong e levar sua cadela, mas esbarra em trâmites burocráticos. “Ela é um membro da nossa família. É muito triste. É difícil para as crianças”, lamentou em entrevista ao Daily Mail.

Foto: Reprodução | Instagram | @hkdr_official

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