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CERCADO DE AMOR

Tutora leva cãozinho idoso para parque em seu último dia de vida e transforma despedida em celebração

Com uma placa convidativa, a família viu o gesto se transformar em um ato de amor coletivo, onde desconhecidos ofereceram conforto, petiscos e a certeza de que a dor da partida pode ser suavizada pela solidariedade.

19 de outubro de 2025
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: TikTok/@chellyshoots

Uma tutora decidiu transformar a despedida de seu cãozinho em uma celebração da vida. Em seu último dia de vida, o shih-tzu Manolo foi levado por Chelly a um parque, onde recebeu carinho, afagos e sorrisos de desconhecidos.

No banco do parque tranquilo em Toronto, Canadá, uma placa anunciava: “É o último dia do nosso cachorro. Dê-nos alguns conselhos e um petisco para ele (trouxemos muitos).”

Pouco a pouco, dezenas de pessoas começaram a se aproximar. Desconhecidos se tornaram parte de uma despedida coletiva, oferecendo carinho e palavras gentis ao pequeno cão de pelagem branca e olhar sereno.

Manolo, de 15 anos, viveu aquele dia cercado de amor, o mesmo amor que deu durante toda a sua vida. “Nunca planejei como passaria o último dia que tive com meu cachorro de infância, mas quando ele ficou muito doente, eu sabia que a única coisa que sentiria falta era de compartilhar a alegria que ele me deu com os outros”, escreveu Chelly em uma postagem nas redes sociais.

O vídeo do momento, compartilhado por ela no Instagram, viralizou rapidamente. Nas imagens, Manolo aparece calmo, recebendo carinho de quem passava, enquanto Chelly, com lágrimas contidas, o observa com ternura. “Esta foi uma maneira perfeita de celebrar a vida de um cachorro que realmente amava passar tempo com as pessoas e seus cães”, disse.

@chellyshoots Didn’t know what to expect from putting up a sign about my dog’s last day on a park bench but I’m so grateful we did it. I have never planned how I would spend the last day I had with my childhood dog but when he got really sick, I always knew that the one thing I’d miss is: sharing the joy he gave me, with others. This was such a perfect way to celebrate the life of a dog who truly loved spending time with people & their dogs. Run free & fast forever, Manolo. I will never stop missing you🤎 Thank you @healthybud @Crumps Naturals @TheTiltedBarnPetCompany ♬ original sound – chellyshoots

Uma despedida pensada com o coração

Manolo havia sido adotado ainda filhote, nas Filipinas, e acompanhou a família até o Canadá em 2022. Já cego de um olho e com os primeiros sinais da idade, ele enfrentou nos últimos anos uma série de problemas de saúde, como artrite, demência canina e mielopatia degenerativa, uma doença que compromete os movimentos.

Nos últimos meses, perdeu completamente a visão e começou a ter dificuldades para ouvir.

Chelly contou que, por meses, buscou todas as alternativas possíveis. Consultou veterinários tradicionais e holísticos, fisioterapeutas, acupunturistas e até comunicadores animais. Mas, apesar dos esforços, o sofrimento de Manolo aumentava. “Ele já não conseguia andar nem se engajar nas coisas que o faziam feliz. Fizemos uma avaliação e percebemos que a única alegria que ainda tinha era comer”, relatou.

A decisão de deixá-lo partir não foi fácil, mas foi tomada com amor e lucidez. Um veterinário, ao ouvir o relato da família, deu o conselho que se tornaria guia naquele momento. “Nomeiem quatro coisas que ele ama fazer. Se ele não consegue mais fazer nem três, talvez esteja vivendo por vocês, e não por ele mesmo”, declarou.

“Tentamos tudo, mas ele acabou ficando exausto”, desabafou Chelly.

O legado de Manolo

A tutora diz que abrir aquele momento íntimo para o público foi uma forma de transformar dor em empatia, e também de conscientizar sobre os cuidados com animais idosos.

“Amamos e cuidamos do Manolo com tudo o que tivemos, mental, emocional, físico e financeiro”, escreveu. “Queremos continuar seu legado, falando sobre saúde mental canina, bem-estar familiar e os desafios de cuidar de cães mais velhos.”

Manolo partiu em paz, cercado por carinho, de sua família e de dezenas de estranhos que, por um breve instante, também se tornaram seus amigos.

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