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INVESTIGAÇÃO

Tutora diz que morte de cães após comer petisco foi 'extremamente rápida'

12 de setembro de 2022
4 min. de leitura
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Wals e Bud morreram após comerem o petisco da Bassar. Foto: Reprodução | TV Globo

A médica Mayara Gomes Rocha e a analista financeira Mariana Parreiras perderam dois cachorros no último mês após os animais ingerirem petiscos da marca Bassar em Minas Gerais. Elas foram as primeiras a denunciar o caso depois da morte dos animais, chamados de Wals e Bud, o que levou a novos relatos de outros tutores.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, mais de 54 animais morreram em 11 estados e no Distrito Federal após a ingestão de produtos da marca.

“A gente (ficou) o tempo todo lutando contra o tempo, que só piorava os quadros deles e foi extremamente rápida [as mortes]. Até os veterinários especialistas se assustaram, falaram com a gente que tinha uma coisa muito errada”, disse Mayara ao Fantástico, da TV Globo.

Mariana disse que outros três cachorros da família passaram mal após a ingestão dos petiscos da marca. A mulher reforçou que a vida dos animais não pode voltar, no entanto, a empresa deve arcar com os custos que elas tiveram com os cachorros.

“Nossa família não vai ser reconstruída. O que a gente perdeu aqui ninguém vai ressarcir, mas a reparação de todas as despesas que a gente teve, os gastos, claro que a gente espera. É o mínimo que eles podem fazer pela gente.”

Exames feitos nos corpos de Wals e Bud pela Escola de Veterinária da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) apontaram que os cristais visualizados nos túbulos renais dos animais são “compatíveis com cristais de oxalato de cálcio”. “Quantidades elevadas de cristais nos túbulos renais é indicativo, sugestivo de intoxicação por etilenoglicol [uma substância tóxica]”, disse Felipe Pierezan, professor de patologia veterinária da UFMG.

Mais relatos

Na última sexta-feira (9), a modelo Luiza Panucci Van Moosel também perdeu o seu cachorro, Aslan, após o animal comer o petisco da Bassan. Aslan teve uma intoxicação grave, ficou internado e fez hemodiálise antes de morrer. Em abril, o animal levou as alianças até o altar no casamento de Luiza.

“A gente fez todos os exames, hemograma e tudo mais. Deu que a ureia dele estava altíssima, creatinina, fósforo, tudo completamente desregulado. E eu tenho exames dele de um mês atrás que ele estava perfeito”, comentou a modelo.

Em Aracaju, a procuradora federal da Justiça Lívia Tinôco também perdeu sua cachorra, a Nala, no fim de agosto. Ela relatou o choque ao descobrir que outros cachorros haviam morrido depois de ingerirem o petisco que ela dava para a cadela.

“Quando eu abri a imagem da notícia e eu vi a foto dos petiscos, eu comecei a me tremer inteira porque foi nesse momento que eu vi que o petisco que eu tinha dado para a Nala tinha sido justamente um dos petiscos suspeitos de matar os cães.”

A cachorra Pretinha, da funcionária Eliana Barros Vieira, que trabalha na casa de Lívia, também faleceu depois de comer os alimentos.

“Ela comeu na noite anterior, quando cheguei do trabalho no outro dia ela estava morta”, explicou a mulher.

Fabricante amplia recall

A Bassar Pet Food anunciou a ampliação do recall para todos os produtos fabricados pela marca a partir de 07/02/22. Nesta semana, a empresa já havia anunciado estar realizando o recall de produtos. A medida ocorre pela suspeita de contaminação de um insumo adquirido de um dos fornecedores da empresa.

A Bassar solicitou que os consumidores entreguem, nos locais de venda, os itens que já tenham adquirido anteriormente para o reembolso. A medida vale também para embalagens que já foram abertas e mesmo que parte do conteúdo tenha sido consumido.

“Isso [o recall] compreende todos os lotes de produto, marca própria ou marca Bassar, com numeração acima do “lote 3329″ (inclusive este). Esse procedimento foi adotado após exames preliminares realizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontarem indícios de contaminação com etilenoglicol em insumos adquiridos de um de nossos fornecedores.” Anteontem, o MAPA divulgou que a substância tóxica foi encontrada em mais lotes de produtos da Bassar.

Em nota disponibilizada no site da empresa, a Bassar explicou que um ofício do MAPA, divulgado na terça-feira (6), alertou as empresas do setor de alimentação animal para não venderem os produtos fabricados a partir do material adquirido por esse fornecedor.

A empresa ainda informou que os clientes que tiverem dúvidas sobre o recall ou dos produtos podem entrar em contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) pelo e-mail [email protected].

Fonte: Uol Notícias | Com Estadão Conteúdo

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