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Tutora de cão que era comido vivo faz campanha para recuperação em MG

23 de junho de 2015
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Vitor foi encontrado amarrado em uma estrada de São Roque de Minas (Foto: Daniela Labonia/Divulgação)
Vitor foi encontrado amarrado em uma estrada de São Roque de Minas (Foto: Daniela Labonia/Divulgação)

Em janeiro desse ano o amor pelos animais falou mais alto para a empresária Daniela Labonia, que encontrou um cão amarrado em uma árvore em São Roque de Minas. A situação em que Vítor estava era lastimável, segundo a tutora. O cão se encontrava coberto por moscas e era comido vivo por larvas. Por conta disso, ele perdeu parte do focinho e hoje a tutora tenta conseguir dinheiro para fazer uma cirurgia de reconstituição.
Daniela contou que o animal praticamente já estava morto e entorno dele havia uma nuvem de moscas de todos os tipos. “Ao parar o carro notei que o focinho dele não estava normal e ao me aproximar constatei que ele não tinha mais focinho, estava sendo comido vivo por bichos que estavam dentro de um buraco enorme de onde se avistava os ossos do rosto dele”, contou.
Na tentativa de salvá-lo, a empresária cortou a corda que o prendia com e, em seguida, o colocou no carro. Mas na cidade não há uma clínica veterinária. “Para levá-lo, era uma luta contra o tempo, pois ele nem se movia, apenas balançava o rabo. Viajei 60 quilômetros até uma cidade vizinha acompanhada de uma colega da uma ONG que luta pela sobrevivência dos animas. Com muita luta conseguimos ser atendidas com emergência”, disse.
Quando parecia ter conseguido ajuda para cuidar do cão, Daniela conta que o veterinário, ao ver o estado em que ele estava, aconselhou a morte induzida, pois as chances de vida dele eram mínimas. “Como sou contra a eutanásia, não aceitei e chorando pedi ao veterinário que me ajudasse a dar uma chance ao Vitor. Sabia que se ele pelo menos se levantasse era porque queria viver e assim ele foi medicado”, contou.
A pedido da empresária, o cão permaneceu na clínica e no dia seguinte o veterinário telefonou contando que ele havia se levantado. “Foi aí que começamos a retirar os bichos e após uma semana não havia mais nenhum no buraco do focinho. Depois iniciamos uma série de exames e medicamentos para acabar com as inflamações. Em menos de um mês, o Vitor já estava brincando e comendo. Estávamos tratando da ferida que ainda estava muito infeccionada e descobrimos que ele tinha sarna negra”, disse.
Uma amiga de Daniela a aconselhou utilizar uma medicina alternativa, baseada em pomadas com produtos naturais. E desde então passou a usar barbatimão e papaína. “A veterinária não gostou muito da ideia, mas posteriormente iniciou o tratamento e rapidamente começou a surgir o tecido granuloso que foi recompondo uma parte da ferida”, disse.
Logo o animal foi castrado e em seguida teve alta. “Foi quando surgiu outro problema, pois não tínhamos onde levá-lo e tínhamos medo de que a pessoa que o adotasse não soubesse tratar da ferida que ainda estava aberta. A clínica nos ajudou deixando que ele ficasse mais um mês com custo de hospedagem reduzido, porém havia um prazo para cumprir do qual quebrei por duas vezes”, destacou.
Na ocasião, Vitor foi transferido por 15 dias para um hotel para cães. “Uma moça muito amorosa o recebeu muito bem, mas logo tivemos que retirá-lo, pois estava dando muito trabalho. Foi então que o levei para minha casa e até o momento ele vive em um espaço pequeno ao lado do meu quarto. Todos os dias ele sai para passear com meu marido e adora o cantinho que está morando”, contou emocionada.
Campanha para reconstituição
Agora a empresária se prepara para uma nova fase na vida dele que é realizar um enxerto especial para que não perca uma das narinas. Para isso Daniela iniciou uma campanha de arrecadação de renda para realizar a cirurgia, que custa caro.
“Só tenho a agradecer pelos anjos que encontrei no caminho e que me ajudaram a pagar a maior parte do tratamento do Vitor. O melhor lugar que encontrei ajuda foi nas redes sociais. Vejo tanta gente colocando coisas banais na internet e penso que se ocupassem o tempo para fazer boas ações o mundo seria muito melhor. Recentemente criei uma coleção de bonecas artesanais de material reciclado das quais coloco fotos na internet e vendo para pessoas que tem interesse em ajudar no tratamento do Vitor”, finalizou.
A expectativa é arrecadar com a venda das bonecas R$ 2 mil para que o cão seja submetido ao procedimento cirúrgico.
Fonte: G1

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