A aposentada Vanilda Rocha, de 73 anos, criava 22 gatos de estimação que tirou das ruas há mais de um ano, em sua residência localizada no bairro João Eduardo, em Rio Branco. No último dia 18, de acordo com seu sobrinho Neurismar Rocha, ela foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e encaminhada ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) onde permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave e irreversível.
Segundo o sobrinho de Vanilda, ela não tem muitos parentes próximos, e os que têm não querem ficar com os gatos. “Eu liguei para Associação Amor à Quatro Patas e pedi que eles viessem pegar os gatos e colocar para doação, já que ninguém da família tem o interesse de ficar com eles”, diz.
Rocha fala ainda que essa não é a primeira vez que a tia cria animais em grande quantidade. “Um tempo atrás, ela criava 25 cachorros. Ficavam todos com ela em uma casa bem pequena e como ela ganha um salário mínimo nós ficávamos preocupados, porque não estava dando. Como a casa que ela vivia era muito pequena, nós demos uma casa para ela e doamos os cachorros.
O sobrinho conta que ela decidiu adotar os gatos de rua para cuidar talvez por se sentir sozinha. “Como nós doamos os cachorros, achamos que ela sentiu falta e começou a pegar gatos de rua para criar. Só que ela não vai ter mais condições de cuidar desses animais, pois o médico disse que após o AVC, ela ficou com sequelas graves e vai ficar na cama”, lamenta.
Daniele Castro, da Sociedade Amor à Quatro Patas, diz que foi informada sobre a situação em que os gatos se encontravam pelo sobrinho de Vanilda no dia 28 e que foi até o local ver como os gatos estavam. “Nós fomos lá, eu e algumas meninas da associação, na casa da senhora. Colocamos comida, limpamos um pouco e deixamos ração com uma vizinha que mora na casa de trás para quando acabar”, explica.
Daniele conta que além de serem muitos gatos para encaminhar para adoção, alguns estão doentes e outros são ariscos. “Tem um gato que está doente e ele está na parte de cima da casa e não tem como chegar até ele. Não sei ao certo o nome da doença, mas pode transmitir para os outros se não cuidar, só que ele é muito arisco”, fala.
Ela diz que a associação já foi liberada pelo sobrinho de Vanilda para começar as adoções. “Ainda estamos vendo que vai ser feito dessa situação, porque conseguir adoção para 22 gatos é complicado”, diz.
Fonte: G1