Cairo cometeu um erro. Rasgou a manga do casaco da tutora. Pena: a morte. No entanto, antes que isso acontecesse, Manuel Duarte foi buscá-lo. Afinal, Cairo é filho de uma de suas cadelas. Em dez dias, Cairo engordou quatro quilos e, segunda-feira, 15, rebolava, louco, aos pés do novo tutor.
Já faz dois anos de quando Cairo ficava apenas preso num canil, com comida e desatenção. E, desde que está na casa de Manuel, não se observa “qualquer comportamento agressivo”.
“Os cães têm de ter atenção. Não são para ser usados como objetos. É preciso passar tempo com eles”. Manuel nunca tinha visto Cairo. Parecem íntimos. É um dos 12 rotweillers que tem atualmente e deverá ficar por ali. A agressividade que ganhou da reclusão e da indiferença dos tutores anteriores, está perdendo.
A missão de Manuel é, agora, apenas devolver-lhe o equilíbrio. Sociabilizando-o com “carinho” e “brincadeira” e ensinando-lhe que a vida tem outros cães. “Estes cães dão a vida pelo tutor. Se for sociável e receber carinho, não o largam”. E, na verdade, apesar da presença de estranhos, as cabeças negras apenas atentam nos gestos do tutor.
Sim, Manuel tem dois filhos. Um de nove anos, outro de 20 meses. E o lugar predileto na casa é perto dos cachorros.
São agressivos? “Não, de forma nenhuma”. Manuel garante que 99% dos ataques têm outro culpado: os tutores. Porque se desresponsabilizam na educação dos cães.
O segredo é firmeza na hora em que o cão começa a tentar impor-se. E carinho. Em doses cavalares.
Com informações de Jornal de Notícias