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Turismo e pesca ameaçam população de aves em Galápagos

9 de janeiro de 2011
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De dia, os albatrozes de Galápagos voam até mil km para a costa peruana. (VFGIS)

Enquanto a população aumenta no famoso arquipélago, o turismo e a pesca industrial reduzem de maneira alarmante o número de indivíduos das espécies nativas.

Na Suíça, a Associação de Amigos das ilhas Galápagos nada contra a corrente num esforço para salvar essa riqueza natural que inspirou a teoria da evolução.

Hendrix Hoeck, presidente da ASAIG, evita dar uma resposta direta. “As espécies que dependem dos recursos marinhos estão diminuindo”, explica Hoeck.  “Nos últimos dez anos a população da ilha passou de 15 mil para 50 mil habitantes, mesmo se o número oficial é de 25 mil. A maioria reside em Santa Cruz, base do turismo. Inicialmente 97% da superfície das ilhas era parque nacional e 3% de assentamento humano.”

No entanto, no ano passado o governo equatoriano destinou 70 hectares de parque à nova urbanização El Mirador “porque em  Porto Ayora não havia mais espaço”, afirma Hoeck à swissinfo.ch.

A população aumenta exponencialmente porque os equatorianos do continente vão para Galápagos em busca de trabalho. O arquipélago é o destino turístico mais importante do Equador. “Recebe mais de 170 mil turistas por ano e com eles entram plantas e animais exóticos, doenças e lixo que colocam em perigo as espécies nativas.”

“As espécies que dependem dos recursos marinos estão diminuindo”, explica Hoeck.  “Nos últimos dez anos a população da ilha passou de 15 mil para 50 mil habitantes, mesmo se o número oficial é de 25 mil. A maioria reside em Santa Cruz, base do turismo. Inicialmente 97% da superfície das ilhas era parque nacional e 3% de assentamento humano.”

No entanto, no ano passado o governo equatoriano destinou 70 hectares de parque à nova urbanização El Mirador “porque em  Porto Ayora não havia mais espaço”, afirma Hoeck à swissinfo.ch.

Emblemática tartaruga gigante com un GPS na carapaça. (VFGIS)

A população aumenta exponencialmente porque os equatorianos do continente vão para Galápagos em busca de trabalho. O arquipélago é o destino turístico mais importante do Equador. “Recebe mais de 170 mil turistas por ano e com eles entram plantas e animais exóticos, doenças e lixo que colocam em perigo as espécies nativas.”

Pesca industrial e tráfico de cocaína na reserva

Segundo Hoeck, o maior perigo para a reserva é a pesca industrial, “que acaba com todas as espécies, pois os barcos usam redes de até 60 km de comprimento, é um desastre.”

Ele também critica a União Europeia. “Suas restrições fizeram com a maior frota pesqueira da Europa, a espanhola, pesque no Pacífico graças a convênios duvidosos, sob bandeira equatoriana.”

Hoje, acrescenta, todos sabem que há pesca industrial dentro dos 130 mil km quadrados da reserva marinha.  Como controlar esse espaço com embarcações precárias, com autoridades que fecham os olhos o autorizam barcos industriais?

A corrupção, prossegue Hoeck, também transformou a reserva em rota do narcotráfico. “A cocaína destinada ao México e aos Estados Unidos também passa por Galápagos. Barcos que pescam tubarão para tirar as barbatanas também transportam drogas. Já foram encontrados carregamentos de cocaína camuflados entre as barbatanas.”

Por outro lado, Estados Unidos e União Europeia proibiram a importação de barbatanas de tubarão proveniente das ilhas Galápagos, mas não das costas do Equador continental. Como distinguir uma da outra?, questiona o biólogo suíço.

A viagem do albatroz, cheia de riscos

Ante tal situação, as declarações no Ano Internacional da Biodiversidade, em 2010, foram apenas palavras. “Mas é preciso seguir batalhando”, afirma Hoeck.

Em sua opinião, uma maneira de preservar Galápagos em seu estado atual, já bastante degradado, é conscientizar também na Suíça, de seu valor cultural e científico. Para isso criou a ASAG que, além de conscientizar, realiza e financia projetos no arquipélago.

“Temos colocado GPS em vários animais, como nos albatrozes.  Observamos que eles fazem ninhos na ilha Espanhola e dali os casais voam durante o dia até a costa peruana, a mais de mil quilômetros ao sul. Ali se alimentam e ao entardecer voltam a Galápagos, posando na água e deixando-se levar pela corrente de Humboldt”, relata Hoeck, fascinado pela descoberta.

No entanto, a viagem noturna dos albatrozes é cheia de riscos: os  pescadores peruanos consideram sua carne uma delícia gastronômica e ainda há o perigo das redes dos barcos industriais. “Essas práticas provocam uma mortalidade muito alta, deixando órfãos os filhotes, sem esquecer que a espécie é muito frágil porque só tem um filhote por ano.”

Com informações do Swiss Info

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