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EXTINÇÃO

Tubarões são vítimas da intolerância e ignorância humana

21 de dezembro de 2021
Vanessa Santos | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

As últimas ocorrências envolvendo tubarões na cidade de Ubatuba, litoral norte paulista, no mês de novembro, provocaram pânico em algumas pessoas. Porém, muito do que se ouviu falar sobre esses animais não é verdade, e com o verão marcando sua chegada nessa semana, é muito importante esclarecer algumas informações sobre esse cetáceo antes de ir à praia.

Os índices de acidentes envolvendo pessoas e tubarões, principalmente perto da costa, são raríssimos e chegam a ser até insignificantes se comparados com afogamentos, incidência de raios ou queimaduras por água-viva. São registrados por ano, cerca de 60 casos de ataques de tubarão em todo o mundo, sendo que apenas 7% dessas ocorrências resultam na morte da pessoa.

O imaginário popular foi muito alimentado pela indústria cinematográfica, como no filme “Tubarão” de 1975, que se tornou uma referência equivocada sobre esse animal. No Brasil, por exemplo, fora a região metropolitana de Recife (PE), não existem incidência repetitiva desses cetáceos que justifique o fechamento de praias ou decisões mais rígidas de acesso ao mar.

Foto: Ilustração | Pixabay

Com uma comunicação mais assertiva, governos, ONGs e entidades de proteção ambiental marinha, podem oferecer à população um direcionamento mais esclarecedor e informativo, evitando o pânico desnecessário.

Diferente do que é massivamente disseminado, é através da ação humana que esse animal vem perdendo habitat, e não o contrário. Os mares hoje sofrem grandes baixas e vem perdendo muito da sua biodiversidade por conta das pescas e descarte irregular de lixo. Essas alterações vêm provocando profundas transformações no ambiente marinho e alterando o curso natural dos oceanos.

A perda de presas e áreas de reprodução estão fazendo com que tubarões procurem novos locais para caçar e se acasalar. O derrame de materiais químicos nos mares, também é um problema muito grave que não recebe a dimensão necessária. As consequências desastrosas dessas práticas têm trazido danos irreparáveis para o equilíbrio do planeta.

Foto: Ilustração | Pixabay

Os mares são tão importantes para o planeta quanto a camada de ozônio. Se a vida nos oceanos se extinguirem, a próxima espécie a desaparecer é a humana.

O ciclo que mantêm os tubarões longe das costas está em declínio, e cada vez mais esses animais tem de ir mais longe para conseguir alimento. O tubarão é um predador essencial nos ecossistemas marinhos e mantêm determinadas populações de peixes controladas, indo na cadeia alimentar até a estabilidade de micro-organismos, como os fitoplânctons, que são compostos principalmente de algas e que produzem mais de 50% do oxigênio da Terra.

Existe uma evidente ligação entre acidentes envolvendo esses animais e o descontrole ambiental. No Oriente, por exemplo, milhões de tubarões são mortos pela indústria da pesca, que massacram populações inteiras desses animais somente para a retirada da barbatana, que é considerada uma ‘iguaria’ alimentar em alguns países, como o Japão.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) aponta que 1/3 das espécies de tubarões corre o risco de ser extinta nos próximos anos.

Por estarem muito presentes no cenário social através de um ponto de vista negativo, esses animais acabam não recebendo a devida atenção sobre a dramática situação dos indivíduos dessa espécie.

A desconstrução dessa imagem deve ser gradualmente substituída pelo fato que acidentes e mortes humanas causadas por tubarões, não refletem nem 1% da devastação que esses animas vêm enfrentando em todo o mundo.

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