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POLUIÇÃO

Tubarão morre após ficar preso em argola de plástico no litoral de SP

Animal foi encontrado morto em uma praia de Ubatuba. A suspeita é que ele tenha morrido ao ficar incapacitado de nadar e se alimentar por causa do plástico.

4 de outubro de 2025
Mirela Melo
4 min. de leitura
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Foto: José Custódio Vieira

Um tubarão foi encontrado morto preso a uma argola de plástico em uma praia de Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. A informação foi confirmada pelo Aquário de Ubatuba nesta terça-feira (30/09).

Segundo o Aquário de Ubatuba, o tubarão encontrado na Praia do Cedro é da espécie Rhizoprionodon lalandii, popularmente chamado de cação-rola-rola.

Uma argola plástica, que possivelmente é um lacre de garrafão, foi encontrada enroscada no corpo do tubarão. A suspeita do aquário é que o objeto impediu o animal de se alimentar e nadar, causando ferimentos graves que o deixaram vulnerável até a morte.

O animal foi encontrado morto no final de setembro, pelo pescador José Custódio Vieira, que é engajado na causa ambiental. Ele que acionou o Aquário de Ubatuba, instituição que trabalha na preservação e reabilitação da vida marinha.

Em entrevista ao g1, Hugo Gallo Neto, que é oceanólogo, diretor do Aquário de Ubatuba e Presidente do Instituto Argonauta, afirmou que o tubarão é de uma espécie comum no litoral brasileiro e que se alimenta de pequenos peixes.

“É um pequeno tubarão costeiro aqui que ocorre na costa do Brasil e que, na verdade, na costa do oeste do Atlântico, do Panamá até o sudeste do Brasil. Ele é comum nessa região. Vive dos 3 aos 70 metros de profundidade, prefere fundos de areia e lama e não é normalmente cotado em locais com água doce como lagos e estuários”, contou.

“Ele come, principalmente, pequenos peixes, incluindo sardinhas e anchovas, assim como camarões e lulas. O tamanho máximo desse animal, quando adulto, é 77 centímetros. O animal que foi pego ali, que estava enroscado num lacre de uma garrafa de 5 litros, ele deve ter algo em torno de 40 centímetros. São animais solitários, que vivem sozinhos”, completou.

Ao g1, o também oceanógrafo Henrique Luís Almeida pontuou que o plástico deve ter provocado a morte do animal e que a espécie não é um risco para humanos, pois está ameaçada de extinção, se alimenta de peixes e costuma nadar em mar mais profundo.

“Esse é um animal comum em todo o litoral brasileiro, é uma espécie costeira, amplamente pescada, inclusive classificada como vulnerável na lista de espécies ameaçadas. Não é possível garantir qual foi a causa da morte, mas é bem provável que tenha sido a inanição ou a dificuldade de natação, que é um animal, como a gente pode ver na foto, que está praticamente estrangulado pelo lacre de plástico”, avaliou.

“Os turistas não têm que se preocupar com os tubarões, mas sim com o plástico. O plástico está colocando em risco muitas espécies, não só de tubarões, mas inclusive nós mesmos”, finalizou.

Segundo o Aquário de Ubatuba, situações como esta não são pontuais e o plástico descartado de forma incorreta continua a ser um dos maiores inimigos da vida marinha, vitimando tartarugas, aves, golfinhos e tubarões.

Fonte: G1

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