Um guarda-vida solicitou à equipe aérea da Brigada Militar que verificasse a suspeita de que havia uma rede de pesca no mar. O equipamento não foi encontrado e, ao invés disso, os militares se depararam com um tubarão-baleia.
O caso aconteceu entre as praias de Atlântida e Xangri-Lá, no litoral norte do Rio Grande do Sul.
“Quando vimos pensamos que era uma baleia, mas aproximamos e notamos que tinha barbatana. Identificamos que poderia ser um tubarão-baleia, então fizemos um vídeo da aparição. No fim, não encontramos rede de pesca”, contou o sargento Ricardo Almada, que estava com o helicóptero.
O professor do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), Ignácio Moreno, explica que o tubarão-baleia sofre ameaça de extinção e raramente é visto no Brasil.
“São animais tropicais, geralmente vivem em águas tropicais. Mas com aquecimento, mudança climática, está acontecendo tropicalização dos ambientes subtropicais. Se sabe que muitas espécies estão expandindo suas áreas por causa dessa tropicalização. Acontece muito com golfinhos”, explicou Moreno ao G1.
A espécie já foi vista, segundo o professor, no Rio Grande do Norte e no Rio Grande do Sul, mas é a primeira vez que é encontrado no litoral norte gaúcho. “Provavelmente é o primeiro registro o tubarão-baleia. Ele é um animal filtrador, se alimenta de plâncton, pequenos krils. Está se descobrindo que animais filtradores de grande porte estão ingerindo muito microplástico. A principal causa da extinção é a pesca, mas microplástico é um novo fator de risco”, ressaltou.