Ele entrou no supermercado com seu companheiro de jornada na intenção única de compra-lhe ração.
Deixou para contar suas economias apenas quando no mercado chegasse.
Contou as moedas, olhou o preço do pacotinho de ração, contou novamente, olhou para o seu parceirinho que feliz também o observava.
O dois são amigos e um tem apenas a companhia e a fidelidade do outro para sobreviverem em meio às dificuldades de habitarem as ruas.
Todo dinheiro que é ganho pela compaixão de nobres almas é direcionado para alimentação de ambos, e quando raramente sobra algum dinheiro, o pequeno peludinho ganha um agrado na forma de brinquedo ou roupinhas para enfrentar o frio.
Então o homem percebeu que desta vez o dinheiro não seria suficiente para a compra da ração, e quando incorporava a total frustração, eis que mais uma nobre alma, que o observava e fez essa foto; foi até ele e pegou a ração, lhe deu o pacote, acarinhou o pequeno peludinho e ofertou-lhe algumas notas que pagaria o produto com facilidade.
Alguns olhares naquele momento foram trocados, de agradecimento dos dois amigos e outro de satisfação de um homem bom por ter sido útil em mais um dia.