Um esquema de venda clandestina de sangue de gatos em Monte Alto (SP) veio à tona a partir de um anúncio nas redes sociais que ofertava R$ 50 a tutores que desejassem submeter os animais ao procedimento.
Na noite de sábado (04/10), três pessoas foram presas em uma casa por suspeita de integrar o esquema e ao menos seis animais estavam desacordados no local. Eles foram resgatados e socorridos.
A EPTV, afiliada da TV Globo, obteve acesso ao anúncio. O texto, publicado em um status de WhatsApp, dizia o seguinte:
“Oi, meus queridos irmãos e irmãs. Vocês que têm gatos, tem alguém que paga para tirar sangue de gato. Para cada gato, ela está pagando R$ 50. Vocês estão interessados de ganhar dinheiro só me avisar.”
Segundo boletim de ocorrência, ao serem questionados sobre a captação do sangue por meio de redes sociais, os suspeitos desconversaram.
Até a última atualização desta reportagem, o responsável pela postagem não havia sido identificado.
Coleta de sangue clandestina e prisões
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a coleta era feita em condições insalubres e sem a presença de um médico veterinário, em uma residência na Rua Marciano de Vasconcelos Nogueira.
Ao chegar ao local, a Guarda Municipal encontrou um grupo de cinco pessoas, sendo que algumas delas manuseavam equipamentos de uso veterinário para realizar o procedimento nos animais, que estavam desacordados.
Diante disso, os guardas apreenderam os equipamentos e frascos de sangue, e levaram as cinco pessoas para a delegacia. Elas foram identificadas como Cleiton Fernando Torres, Sandra Regina de Oliveira, Angela Aparecida Alves Ribeiro, Everton Leite Silva e Jose Luiz de Lima.
Na delegacia, todos prestaram depoimento, mas apenas Cleiton, Sandra e Angela ficaram presos e foram encaminhados à Cadeia Pública de Pradópolis (SP). Já Everton e José foram liberados.
O caso foi registrado como ato de abuso a animais na Delegacia de Jaboticabal (SP) e deve ter as circunstâncias investigadas pela Polícia Civil, com auxílio da perícia.
Gata diagnosticada com FIV
Uma equipe de veterinários da prefeitura também foi acionada e fez o resgate dos gatos, que passaram por atendimento.
Em nota divulgada na noite deste domingo (05/10), a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente informou que recolheu três gatos, e uma fêmea foi diagnosticada com o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV – Feline Immunodeficiency Virus em inglês), doença conhecida como Aids felina.
Segundo a pasta, os outros dois animais ainda farão exames, enquanto mais três felinos estão sendo procurados para testes.
O que disseram os suspeitos?
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, Angela alegou que é dona da casa onde estavam sendo realizados os procedimentos e dos gatos que estavam desacordados.
Ela afirmou que havia permitido a coleta de sangue dos animais, sob pretexto de estar ajudando outros gatos que necessitariam de doação de sangue. A mulher também ressaltou que não receberia nenhuma quantia financeira para isso.
Jose, Everton e Cleiton, por sua vez, disseram que trabalhavam como freelancers para uma clínica veterinária de São José do Rio Preto (SP), para fornecimento de sangue de gatos.
Cleiton relatou que é estudante de veterinária e estaria coordenando os procedimentos, recebendo diária de R$ 300, enquanto Everton e Jose estariam como auxiliares, recebendo R$ 100 cada.
Já a versão de Sandra não está presente no boletim.
Fonte: G1