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INTOXICAÇÃO

Três pessoas morrem após comerem tartaruga-marinha ameaçada de extinção

4 de dezembro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

No último sábado, 30, na cidade costeira de Datu Blah Sinsuat, nas Filipinas, três pessoas perderam a vida e pelo menos 32 foram hospitalizadas após ingerirem carne de tartaruga-marinha de uma espécie ameaçada de extinção. O episódio, que incluiu a morte de outros animais alimentados com a carne contaminada, traz à tona a necessidade de repensar práticas alimentares e adotar alternativas livres de exploração animal.

Conforme relatos das autoridades locais, as vítimas faziam parte de uma comunidade indígena e apresentaram sintomas graves, como vômitos, diarreia e dores abdominais, após consumirem o ensopado feito com a carne do animal. A tartaruga havia sido capturada e preparada por um pescador, desrespeitando as leis ambientais que proíbem sua caça e consumo nas Filipinas.

A suspeita inicial aponta que o animal, classificado como ameaçado de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), pode ter se tornado tóxico ao consumir algas contaminadas. Esse tipo de tragédia não é inédito: em 2013, um caso semelhante resultou na morte de quatro pessoas e em dezenas de internações.

Vítimas além dos humanos

A tragédia não se restringiu às vidas humanas. Cães, gatos e galinhas também morreram após serem alimentados com a carne da tartaruga. Isso evidencia como a exploração animal gera sofrimento em várias espécies, perpetuando um ciclo de morte e vulnerabilidade.

Em comunidades litorâneas das Filipinas, pratos à base de frutos do mar, como o adobo — uma receita típica feita com carne ou vegetais cozidos em vinagre e molho de soja —, são comuns e frequentemente vistos como “iguarias” ou “medicinas tradicionais”. Porém, o consumo de tartarugas-marinhas, além de ilegal, ameaça a sobrevivência desses animais já em declínio populacional.

Segundo o conselheiro local Datu Mohamad Sinsuat Jr., é urgente reforçar as leis de proteção ambiental para evitar que tragédias semelhantes ocorram. “Este incidente de intoxicação alimentar nunca mais acontecerá”, afirmou.

Essa tragédia ressalta a importância de abandonar práticas que envolvem a exploração e o consumo de animais, independentemente de sua origem ou status de conservação. A adoção do veganismo não só promove a saúde humana ao evitar riscos associados ao consumo de carne contaminada, mas também contribui para a proteção de espécies ameaçadas e para a construção de uma relação mais ética e compassiva com os animais.

A persistência de tradições alimentares baseadas na exploração animal não pode justificar a destruição de vidas e ecossistemas inteiros. Episódios como esse são um chamado urgente para a transformação de hábitos, promovendo alternativas que respeitem a vida de todos os seres e o equilíbrio ambiental.

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