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Três peixes-bois voltam à natureza

10 de outubro de 2011
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação/EPTV

Uma verdadeira operação de guerra foi armada para hoje e amanhã, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A razão: a soltura na natureza de três peixes-bois. Os animais serão retirados do oceanário do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA), em Itamaracá (PE), por meio de guindastes e levados, em piscinas gigantes dentro de caminhões, até Porto de Pedras, no litoral Norte de Alagoas, na APA Costa dos Corais.

Neste endereço eles serão soltos numa área natural cercada, na foz do rio Tatuamunha, onde passarão por uma fase de adaptação antes de ganhar a liberdade total. A viagem deve demorar cerca de sete horas. Dos três peixes-boi, um deles, que suspeitava-se ser híbrido (cruzamento de peixe-boi marinho com peixe-boi amazônico), está há seis anos em observação no CMA.

Foto: Divulgação/EPTV

O peixe-boi marinho (Trichechus manatus) é um dos animais mais ameaçados de extinção. Estima-se que só existam 500 na natureza. Quando adultos, chegam a medir quatro metros e pesar mais de meia tonelada. Anos atrás foram vítimas de pescadores que os capturavam para comer e vender a carne. Hoje, a pesca está proibida.

A soltura em Porto de Pedras tem um objetivo estratégico. Busca tirar do isolamento genético a população nativa de peixes-bois de Alagoas. Com a chegada dos animais vindos de Itamaracá, estimula-se o cruzamento entre os dois grupos, o que permite o aumento da variabilidade genética da espécie.

Foto: Divulgação/EPTV

Essa estratégia está baseada em estudos desenvolvidos pelo CMA/ ICMBio sobre a variabilidade genética dos peixes-bois em cativeiro e das populações nativas. As pesquisas servem para orientar as translocações (transferências), garantindo que os animais soltos contribuam para a saúde genética das populações na natureza.

Assim, o programa de soltura deixou de se basear apenas na saúde dos animais a serem reintroduzidos na natureza e da capacidade da área em receber mais indivíduos, passando a ter também como meta o controle das populações futuras por meio das informações genéticas.

Quem são os animais a serem reintroduzidos

Sereno – Nasceu em 14 de março de 2004, no oceanário do CMA. Filho de Sereia, que já havia sido mãe das gêmeas Carla e Sheila, apresenta mancha branca na região do ventre, razão pela qual durante muitos anos suspeitou-se que fosse filho de Poque, um peixe-boi amazônico, e, portanto, híbrido.

No entanto, estudos genéticos realizados pelo CMA/ ICMBio constataram que Sereno é filho de Netuno, peixe-boi marinho e, portanto, não apresenta genes de hibridismo. Com isso, decidiu-se que o animal será translocado para o cativeiro em ambiente natural para posterior avaliação de comportamento e de possibilidade de soltura definitiva.

Foto: Divulgação/EPTV

Fontinho – Resgatado em 2 de outubro de 2008 na Praia das Fontes, no Ceará. Foi reabilitado no oceanário de Itamaracá e está apto para translocação e soltura em termos de tamanho, comportamento, saúde e genética, tendo mesmas características genéticas dos animais que habitam o litoral de Alagoas.

Pintado – Foi resgatado no dia 27 de março de 2009, na Praia de Morro Pintado, no Rio Grande do Norte. Apresenta mancha branca na região do ventre, característica dos peixes-bois marinhos, mas, depois de análise genética, confirmou-se que trata-se da espécie marinha. Foi reabilitado no oceanário em Itamaracá e se encontra apto para translocação e soltura em termos de tamanho, comportamento, saúde e genética, tendo mesmas características genéticas dos animais que habitam o litoral de Alagoas.

Fonte: EPTV

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