Os assassinatos eram um programa de governo que alegava querer proteger a vegetação e a biodiversidade na área.
Os elefantes foram mortos indiscriminadamente. Tanto matriarcas quanto bebês foram assassinados.
Will Anderson, um membro do grupo In Defence of Animals, declarou: “Esse foi um momento em que oficiais da vida selvagem disseram que os próprios elefantes eram o problema em vez das pessoas, então cometeram esses assassinatos brutais. Até hoje, esse massacre ecoa na vida de Seeni”.
Toni Frohoff, outro membro da organização e que é especialista no comportamento e na biologia de animais selvagens, concorda com ele e explica que Seeni ficou profundamente traumatizada, algo que a afeta até hoje.
Após a morte de sua família, a pequena elefanta foi transportada para uma reserva privada de animais selvagens em Botswana. Porém, seus problemas não acabaram.
Ela foi forçada a transportar turistas em suas costas e, quando atingiu a maturidade, foi levada para outro campo, onde deveria procriar.
Seeni engravidou rapidamente, mas seu bebê só viveu durante três semanas antes de falecer. Segundo Anderson, ela não sabia como cuidar dele. [A sua] falta de habilidades maternas não é surpreendente, já que ela ficou órfã aos dois anos sem a chance de aprender a cultura e as habilidades dos elefantes.
Em 2011, Seeni foi transferida novamente, desta vez para o International Conservation Center (ICC), um centro de pesquisa que faz parte do Pittsburgh Zoo, na Pensilvânia (EUA). Um dos principais objetivos do centro é criar um programa de reprodução de elefantes, mas, durante vários anos, nem Seeni e nem as outras duas elefantas que foram com ela para os EUA engravidaram.
Seeni só teve outro filhote neste ano. Na opinião de Toni Frohoff, a decisão do zoológico de engravidá-la foi totalmente irresponsável: “O fato de [Seeni] ser conhecida por exibir negligência a um bebê anterior aponta um comportamento aparente que é indicativo de um trauma, além de despertar preocupações sobre o quão apropriado é usá-la para reprodução. Na realidade, alguns profissionais argumentariam que foi imprudente e egoísta as instalações engravidarem Seeni”.
Na perspectiva do especialista, o zoológico só fez isso para lucrar. Anderson concorda. “O ICC é uma instituição muito cara para a qual houve milhões e milhões de dólares usados para cumprir sua promessa de que eles terão um centro para criar mais elefantes. Porém, este [bebê de Seeni] é o primeiro que eles tiveram desde que a abertura do centro em 2006, então eles foram muito pressionados para cumprir a sua palavra e estavam dispostos a fazer qualquer coisa”, disse.
Em 31 de Maio de 2017, Seeni deu à luz um filhote prematuro durante a noite, enquanto ninguém estava por perto para ajudá-la. Ela não recebeu nenhum tratamento médico até ser descoberta, exausta, na manhã seguinte, de acordo com o The Holidog Times.
Lamentavelmente, a elefanta não conseguiu produzir leite para alimentar seu bebê e a equipe teve que interferir e separar a pequena família. O filhote foi transferido para o Pittsburgh Zoo.
Apelidado de ‘Little Bit’, o bebê minúsculo foi exibido para o público, apesar de ter ficado doente logo após ser separado da mãe.
Tragicamente, a equipe médica decidiu induzir a morte de Little Bit depois que ela parou de comer e sua saúde se debilitou ainda mais.
Toni Frohoff disse que o zoológico nunca deveria ter engravidado uma elefanta traumatizada como Seeni em primeiro lugar, acrescentando que, se o bebê dela tivesse sobrevivido, provavelmente não poderia ser explorado em um programa de reprodução porque, como Seeni, não teria adquirido habilidades sociais, já que foi separado da mãe.