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RIO GRANDE DO SUL

Tratados como objetos: cem animais são arrematados por R$ 137 mil em leilão do Zoológico de Sapucaia do Sul

17 de janeiro de 2025
1 min. de leitura
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Foto: Renan Mattos / Agencia RBS

O leilão eletrônico promovido pelo Zoológico de Sapucaia do Sul foi concluído nessa quinta-feira (16), resultando na venda de 100 animais para 28 compradores. A transação arrecadou R$ 137.875,19, com a comercialização de 78 cisnes, 20 pavões e dois jegues. Não foram fornecidos detalhes e considerações sobre o destino dos outros 78 animais, incluindo cisnes, jegues e pôneis, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

A justificativa oficial para a realização do leilão foi evitar a chamada “superpopulação” e garantir o suposto bem-estar dos animais que permanecem no zoológico. No entanto, isto reforça a visão dos animais como objetos e bens de consumo, ignorando sua senciência e direito à liberdade. Em vez de garantir a proteção real a esses animais, o leilão os reduz a mercadorias, sem qualquer garantia de que terão um futuro digno nas mãos de seus compradores.

O destino dos animais vendidos agora depende exclusivamente dos arrematantes, que deverão seguir critérios mínimos de transporte e cuidados, conforme disposições da legislação. Contudo, a fiscalização e o acompanhamento do seu bem-estar são incertos.

Leilões como esse mostram a falha estrutural de instituições que supostamente deveriam proteger os animais que foram brutalmente tirado de seus habitats para entretenimento humano, mas que, na prática, perpetuam sua exploração.

Seres sencientes não devem ser comercializados ou expostos para ganhos de grupos e empresas. É importante e absolutamente necessário que as políticas públicas avancem para garantir que esses animais tenham seus direitos respeitados, sendo encaminhados para santuários e ambientes protegidos, longe da lógica mercantilista que os condena ao cativeiro e à morte.

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