Por Simone Gil Mondavi (da Redação – Argentina)
Corridas de cães, independentemente da raça dos caninos, são ilegais na província de Buenos Aires segundo o texto da lei 12.449, no entanto são realizadas em várias partes do país e nas corridas de cães (canódromos) os mais escolhidos são os galgos, por terem características importantes para alcançar grande velocidade, além da capacidade e agilidade que seu próprio corpo atlético poderia aguentar naturalmente. Estas caraterísticas constituem a “desculpa perfeita” que aqueles que vivem da exploração de cães em corridas utilizam para fazer que o público e que eles próprios acreditem que estes cães foram “feitos” para as corridas. As informações são de Infobae.
Por algum tempo, os protetores de cães começaram a se organizar e trabalhar juntos em equipes para resolver definitivamente o problema dos galgos na Argentina. Todos os dias há mais cães abandonados resgatados de sofrer graves sequelas renais, neurológicas e motoras, juntamente com fraturas graves e um alto nível de desnutrição.
Como chegaram a esse estado?
Os Galgos se tornaram objetos descartáveis. “Depois de um tempo de serem utilizados, e até mesmo drogados para aumentar o desempenho do cão, o corpo deixa de produzir lucro para aqueles que vivem da sua comercialização e exploração, então eles deixam de manter”, denunciam os protetores. Como um cartucho de impressora, uma vez que a tinta acaba os cartuchos são jogados fora, literalmente.
É onde o protagonismo dos membros dos grupos de bem-estar animal, e as associações protetoras de direitos animais, fazem o maior esforço. Dentro destas organizações há o apoio de profissionais da área jurídica e, através das redes sociais, “se consegue, por meio da difusão do horror com que está condenado a viver o galgo em seu período ‘não útil’”. Nesse preciso momento “iniciamos ações em cadeia para perturbar o negócio das corridas, os jogos ilegais e, em alguns casos, os laboratórios de produtos específicos para corridas de galgos”, disse um dos socorristas.
“No caso de San Pedro, como em todos os municípios, é claro que para estabelecer esses eventos os organizadores contam com o apoio de funcionários públicos e também das instituições que, no esforço de captação de recursos, se prestam a este negócio de exploração vil de inocentes, sem pensar que os animais têm sentimentos e sofrem, e que de forma alguma o fim justifica os meios”, dizem os responsáveis pelo resgate dos cães.
Também afirmam que “o município que viole a lei 12.449 será denunciado também por endossar jogo ilegal (lei 13470), que é o motor deste tipo de evento”.
Segundo as organizações de proteção animal, “as instituições que são cúmplices nesta ilegalidade também serão relatadas, porque há muitas outras formas de angariar fundos sem o uso de seres que não têm a capacidade de escolher e de se defender. Eles podem fazer festivais de música, bazares, qualquer coisa antes de tirar vantagem da condição daqueles que não podem se defender. Seus direitos não são negociados, e que os deixam vulneráveis e todos aqueles que assim os explorarem, serão denunciados publicamente no tribunal justiça e nas redes sociais”.
Certamente existem aqueles que têm nas corridas de galgos um meio de aposta para ganhar dinheiro, outros para garantirem que amam os cães, apesar de os forçarem a correr e afirmem que “assim como o pão foi feito para comer, os galgos foram feitos para correr”. A prática de um esporte é uma escolha humana, não de um animal.
Não é possível afirmar que os cães, muitas vezes drogados, que são forçados a correr são atletas, já que eles são considerados meros objetos de exploração. Aqueles que protegem e defendem os direitos de todos os animais não aceitam esta forma de abuso animal. Corrida de cães e cavalos, como qualquer atividade relacionada, não são mais do que uma atividade lúdica e absurda que não beneficia o animal, mas destina-se apenas para o lucro de uma pessoa e diversão insensata de outras.