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SEQUESTRO

Transferência de golfinhos capturados para museu expõe crueldade do tráfico de animais marinhos

Ativistas pelos direitos animais denunciam que a captura e o comércio de golfinhos são movidos por uma indústria milionária que esconde uma realidade de dor e exploração

2 de fevereiro de 2025
Júlia Zanluchi
4 min. de leitura
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Foto: Dolphin Project

Dois golfinhos-nariz-de-garrafa, recentemente capturados durante a controversa temporada de caça na cidade, foram transferidos para o Museu das Baleias de Taiji, no Japão, nesta semana. O ato reacendeu o debate sobre o tráfico de animais marinhos e a exploração de golfinhos para entretenimento humano, colocando Taiji novamente no centro das críticas internacionais como o principal ponto de tráfico de golfinhos no mundo.

A transferência ocorre em meio a uma série de operações de caça que têm como alvo diversas espécies de golfinhos, incluindo os golfinhos-de-Risso e os golfinhos-nariz-de-garrafa. Enquanto alguns animais são libertados após horas de estresse e manipulação, outros são selecionados para uma vida de cativeiro em parques aquáticos e instalações como o Museu das Baleias de Taiji. A prática, além de cruel, ignora o direito desses animais à liberdade e a uma vida sem sofrimento.

Ativistas pelos direitos animais do Dolphin Project denunciam que a captura e o comércio de golfinhos são movidos por uma indústria milionária que lucra com o entretenimento humano, mas que esconde uma realidade de dor e exploração. Durante as caçadas, os golfinhos são encurralados em enseadas, separados de suas famílias e submetidos a um processo traumático de seleção. Muitos não sobrevivem ao estresse físico e emocional, enquanto os que são capturados enfrentam uma vida confinada em tanques, longe de seu habitat natural.


A ONG têm documentado e divulgado amplamente as práticas em seu Instagram, pressionando por mudanças legais e conscientizando o público sobre a brutalidade por trás do cativeiro de golfinhos.

Golfinhos são altamente inteligentes, sociais e sensíveis. Privá-los de sua liberdade é uma violação de seus direitos mais básicos.

A transferência dos golfinhos para o Museu das Baleias de Taiji é mais um capítulo sombrio nessa história. Instalações como essa perpetuam a ideia de que os animais marinhos existem para o entretenimento humano, ignorando suas necessidades biológicas e emocionais. Enquanto isso, a demanda por espetáculos com golfinhos continua a alimentar o ciclo de captura e comércio.

Especialistas em direitos animais pedem ação global para acabar com as caçadas em Taiji e em outras regiões onde práticas semelhantes ocorrem. “É essencial que as pessoas entendam o impacto de suas escolhas. Ao boicotar parques aquáticos e espetáculos com animais, podemos reduzir a demanda e pressionar por mudanças”, afirmou o Dolphin Project em seu Instagram.

Enquanto isso, os golfinhos capturados em Taiji enfrentam um futuro incerto, longe de suas famílias e de seu habitat natural. Sua história serve como um alerta urgente para a necessidade de proteger os direitos dos animais e acabar com a exploração de espécies marinhas para entretenimento. A luta pela liberdade desses animais continua, e a conscientização pública é o primeiro passo para mudar essa realidade.

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