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Cites discute o tráfico internacional de animais pela internet

24 de março de 2010
3 min. de leitura
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Animais ameaçados (Imagem: Diário de Notícias)


Uma bala disparada por um caçador pode matar um elefante, alimentando o comércio de marfim. Mas são os meios que permitem a venda que realmente fazem o mercado funcionar. Agora há uma nova ameaça emergente para as espécies exóticas: a Internet. Os conservacionistas defendem que, atualmente, é fácil comprar e vender qualquer coisa, desde filhotes de leões a peles de ursos-polares, em leilões e salas de bate-papo.

O caso foi apresentados na conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites), que reúne 175 países na capital do Qatar, Doha. A conferência começou no dia 13 deste mês e termina na próxima quinta-feira, 25. “A Internet está se tornando o fator geral dominante nas trocas mundiais de espécies protegidas”, disse Paul Todd, do Fundo Internacional para a Protecção dos Animais (IFAW, na sigla inglesa). Para o conservacionista, existem milhares de espécies que são diariamente comercializadas na Internet. Isto acontece porque os vendedores e compradores se aproveitam do fato de estarem anônimos – e também do gigantesco mercado mundial –, algo que só a World Wide Web pode fornecer.

As autoridades, que tentam detectar o comércio de animais, dizem que o problema é quase impossível de quantificar. Segundo eles, os Estados Unidos são o maior mercado, mas a Europa, China, Rússia e Austrália também têm um papel importante no tráfico internacional de animais.

No domingo (21), os delegados presentes na conferência votaram uma lei para banir o comércio internacional de uma espécie rara de salamandra iraniana, o tritão-imperador-manchado, que o WWF (Fundo Mundial para os Animais) diz que foi completamente devastado pelo comércio feito pela Internet.


Tritão-imperador-manchado (Imagem: Projecto-Exótico.com)


Apesar disso, tentativas mais abertas de banir o tráfico de ursos-polares, atum-vermelho e corais raros resultaram em nada, deixando os ativistas ambientais desiludidos.

Uma proposta deixada pelos Estados Unidos e pela Suécia sobre o tráfico de corais-vermelhos e rosa – que são utilizados para se fazer joalharia de luxo e que são vendidos largamente pela Internet – também acabou rejeitada.

Segundo os delegados que votaram contra esta ideia, seriam as populações de pescadores pobres das comunidades, que capturam estes corais para vender, os principais prejudicados com o aumento dos regulamentos.

Fonte: Diário de Notícias

Nota da Redação: A conferência da Cites deixou claro este ano qual a verdadeira preocupação dos países signatários da convenção. A preservação da vida dos animais não foi defendida em nenhum momento. Os presentes apenas se preocuparam com o impacto na economia ou na prática de atividades predatórias, como a pesca. Mais uma vez, os animais tiveram seus direitos e interesses desrespeitados, para que seja possível a continuidade da exploração de sua vida, alimentando a ganância humana.

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