A crise global no tráfico de tigres é um drama. Um levantamento divulgado, nesta terça-feira (25), pela rede internacional TRAFFIC, revela que autoridades apreenderam, em média, nove tigres por mês nos últimos cinco anos. A população global de tigres selvagens, que no início do século XX chegava a cerca de 100 mil indivíduos, hoje varia entre apenas 3.700 e 5.500. As informações foram divulgadas pela site da Ap News.
O documento, parte da série Skin and Bones, analisou apreensões registradas entre 2000 e meados de 2025. Nesse período, 2.551 operações envolveram pelo menos 3.808 tigres. Somente entre 2020 e junho de 2025, foram 765 apreensões, equivalentes a 573 animais — uma média que confirma a tendência de piora. O ano mais crítico foi 2019, com 141 registros, seguido de perto por 2023.
A maior parte dos casos ocorre nos 13 países que ainda têm populações selvagens de tigres, entre eles, a Índia, China, Indonésia e Vietnã. Contudo, nações sem tigres também aparecem no relatório, como México, Estados Unidos e Reino Unido.
O relatório aponta que redes criminosas estão operando em uma escala superior a qualquer fiscalização. Além disso, cresce a participação de tigres inteiros — vivos ou mortos — antes, ocorria a predominância de partes do corpo usadas em medicina tradicional ou itens de luxo. Especialistas afirmam que o fenômeno está ligado ao avanço de criadouros em cativeiro e ao aumento na procura por animais exóticos.
Segundo o relatório, sem reforço estrutural no combate ao tráfico, conservação e proteção de habitats não serão suficientes para salvar a espécie. “O comércio ilegal é a maior ameaça imediata aos tigres selvagens. Se não ampliarmos urgentemente os investimentos para combater o tráfico em toda a cadeia, corremos o risco real de um mundo sem tigres na natureza”, afirmou a diretora de conservação do WWF, Leigh Henry.
Fonte: Um só Planeta