Com apenas algumas semanas de vida, Dori, uma cria de urso-pardo (Ursus arctos), terá sido capturada nas florestas da Albânia e colocada à venda as redes sociais. Os traficantes de vida selvagem pediam cinco mil euros.
Dori, na altura um pequeno macho, foi confiscado no dia 21 de março deste ano, depois de denúncia de um ativista dos direitos dos animais albanês se ter cruzado com o anúncio, e entregue ao santuário de ursos da organização Four Paws, a 20 quilômetros de Pristina, capital do Kosovo. Numa publicação no Facebook, a organização recorda que a cria lhe chegou “sem qualquer documentação e à margem dos devidos canais legais”.
O santuário contatou de imediato as autoridades kosovares e albanesas para saber como proceder. Posteriormente, a Four Paws contatou o centro de reabilitação e reintrodução de ursos Arcturos, na Grécia, na esperança de que a cria pudesse ser acolhida e, mais tarde, devolvida à natureza. Contudo, diz a organização em comunicado que “devido a vários fatores, a reabilitação já não é uma opção, e ele deve permanecer sob cuidado humano”.
Segundo as informações divulgadas, a pessoa que estava a vender Dori na internet alegou tê-lo encontrado sozinho na zona de Librazhd, a leste de Tirana, capital da Albânia, e presumiu que se tratava de uma cria órfã.
Assim, Dori residente agora permanentemente no santuário da Four Paws em Pristina, onde é acompanhado por equipas especializadas no cuidado de ursos.
“A história do Dori é verdadeiramente comovente e uma lembrança gritante do sofrimento causado pelo comércio de animais selvagens”, afirma, citada em nota, Patricia Tiplea, de departamento de planeamento de resgates na Four Paws.
“Tendo ficado órfão com apenas algumas semanas de vida, foi privado para sempre de crescer com a sua mãe e de ter uma vida na natureza”, salienta. “Desde que chegou ao Santuário de Ursos em Pristina em março, o Dori revelou-se um jovem urso brincalhão, que adora trepar árvores.”
Dori terá agora entre quatro e cinco meses de idade e pesa 22 quilogramas. Ovos cozidos, maçãs e cenouras são os seus alimentos favoritos, revela a organização.
A Four Paws apela a que as pessoas não intervenham em casos semelhantes, devendo, ao invés, contatar de imediato as autoridades locais e especialistas em vida selvagem “para tratarem da situação de uma forma segura e legal no melhor interesse do animal”.
Fonte: Greensavers