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Tráfico de animais silvestres, um negócio milionário

7 de junho de 2013
4 min. de leitura
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Por Ligia Cunha (da Redação)

No Panamá, as espécies mais comercializadas são o periquito, a arara, tartarugas, répteis, veados e o tucano.. No país existem cerca 315 espécies de animais, entre elas a arara vermelha. (Foto: Adriano Duff/ La Estrella)
No Panamá, as espécies mais comercializadas são o periquito, a arara, tartarugas, répteis, veados e o tucano. No país existem cerca 315 espécies de animais, entre elas a arara vermelha. (Foto: Adriano Duff/ La Estrella)

O tráfico de espécie é um dos quatro negócios mais rentáveis do mundo,  junto ao narcotráfico, o tráfico de pessoas e o de armas. As informações são do jornal La Estrella, do Panamá.

Esta atividade pode movimentar mais de 20 milhões de dólares anualmente em todo o mundo, de acordo com dados da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres (CITES, siglas em inglês). A instituição aponta que no ano de 2003 o negócio movimentou 39,750 milhões de dólares.

Por ser um país de trânsito, o Panamá é estratégico para este tipo de atividade, segundo Carlos MacPherson, inspetor de aduanas do departamento de Cooperação Técnica Internacional da Autoridade Nacional do Ambiente.

As espécies mais comercializadas no Panamá são o periquito, as tartarugas, os sapos, as araras, os répteis e os veados. Uma arara ou um tucano custam entre 100 e 200 dólares no mercado local, enquanto no internacional chegam entre 3 e 6 mil dólares.

Aumento

Nos últimos três anos o tráfico de madeiras como cocobolo e mogno tem aumentado e podem ser vendidos por 5 mil dólares o tronco; porém não há dados conclusivos. Grupos ambientalistas estimam que o movimento comercial pode estar entre 3 e 4 milhões de dólares por ano.

Entre os dias 22 e 24 de maio, o Panamá promoveu uma oficina para capacitar funcionários de entidades como a Autoridade Nacional do Ambiente, Autoridade dos Recursos Aquáticos do Panamá e Aduanas a fim de controlar o comércio ilegal de espécies.

Com este evento, observou-se que há a necessidade de estabelecer um plano de capacitação institucional sobre as regras da vida silvestre e foram propostos os próximos passos para regularizar e controlar a inclusão dos tubarões e da árvore cocobolo no apêndice 2 da CITES ( Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres). Também foi definido que se deve reforçar o monitoramento das espécies incluídas na CITES para  que haja um aproveitamento sustentável.

Acordo

O acordo da CITES divide as 35 mil espécies existentes no planeta em apêndices para identificar quais estão em perigo de extinção.

O apêndice 1 contempla as espécies de animais e plantas que estão em maior risco de extinção. Todos inclusos neste apêndice estarão protegidos contra o comércio internacional, a menos que não seja com propósitos econômicos. O Panamá tem 25 espécies de animais e 4 de plantas incluídas neste grupo, entre os quais se destacam os golfinhos, macacos e felinos silvestres.

O segundo apêndice trata das espécies que não estão necessariamente ameaçadas de extinção, mas que não tem o seu comércio não controlado estritamente. No país, existem cerca de 315 espécies animais e 592 espécies vegetais nesta lista, dentre as quais se sobressaem subespécies de beija-flores e cactos.

Finalmente, o terceiro apêndice corresponde à lista das espécies que já tem seu comércio controlado, mas que necessitam da cooperação de outros países para evitar a exploração insustentável e ilegal. Neste grupo, o Panamá tem 50 espécies animais incluídas e quatro espécies de plantas.

Nota da Redação: A Conferência da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), é um esforço para regulamentar o comércio de animais, e quase nunca para proibi-lo (e de qualquer forma, não adiantaria discutir a proibição apenas do comércio de animais em extinção, a discussão deveria englobar todas as espécies exploradas por esse mercado cruel). Uma vez regulamentada, a atividade se torna lícita. Assim, o comércio de animais, uma atividade antiética e absurda, se torna legal. Em geral a Cites é vista como benéfica aos animais. Mas a verdade é que eles continuam sendo explorados como recursos para os humanos e estão longe de ter algum benefício na condição de mercadoria. Bom, para eles, seria viver livre e em paz na natureza.

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