Os quatro brasileiros presos traficando 500 canários-da-terra foram multados em R$ 2,5 milhões (R$ 5 mil por ave), segundo informou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). A apreensão ocorreu em operação conjunta do órgão em Mato Grosso do Sul e a Polícia Federal.
As aves foram soltas nesta quarta-feira (11) em uma fazenda no Distrito de Albuquerque, em Corumbá. Biólogos do instituto e um professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) identificaram as aves como sendo procedentes da região pantaneira, um ecossistema comum entre o Brasil e a fronteira com a Bolívia.
Desafio
Ademir Ribeiro, fiscal do Ibama, lavrou a multa com base no laudo dos dois biólogos que consideram as aves ameaçadas de extinção. A multa foi de R$ 5 mil para cada exemplar apreendido.
Os traficantes presos na barreira da BR-262 tinham como destino a cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais.
A Superintendência do Ibama em Mato Grosso do Sul considera o tráfico de animais silvestres um dos maiores desafios da fiscalização da instituição no Estado.
Segundo dados do Ibama e da Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), o tráfico internacional de animais silvestres só perde para o tráfico de armas e drogas e chega a movimentar perto de 20 bilhões de reais por ano em todo o mundo. O tráfico de animais silvestres no Brasil responderia por 15% desses números.
A estimativa do Ibama é de que entre 12 e 30 milhões de animais são retirados da natureza todos os anos pelo tráfico e, de cada 10 animais capturados na natureza, somente um sobrevive.
Para David Lourenço, superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, o tráfico e biopirataria (tráfico para fins científicos) ameaçam a biodiversidade e a riqueza dos ecossistemas existentes no Estado: “além da perda da biodiversidade e ameaça de desaparecimento de espécies, o país perde potenciais riquezas econômicas com esse crime”, afirma.
David acrescenta quer operações como essa que visam coibir esse tipo de tráfico vão ser intensificadas no Estado, com o apoio da Polícia Federal.
Fonte: Correio do Estado