Fotos fortes e perturbadoras mostram multidões perseguindo touros até forçá-los a pular no mar próximo à cidade portuária de Alicante, uma estância turística espanhola popular.
Os animais são incitados ao mar por aqueles que celebram a chegada do festival de touros “Bous a la mar” (touros no mar), na costa mediterrânea da Espanha.
Uma das imagens divulgadas mostra um enorme touro marrom pulando de cabeça no mar, enquanto um folião acena com uma bandeira branca para o animal.
Outra foto mostra um touro negro lutando para nadar enquanto seus cascos, chifres e cabeça podem ser vistos se debatendo na água.
As fotos, tiradas na costa de Denia, fazem parte do festival cruel e bárbaro que acontece no primeiro fim de semana do mês de julho anualmente.
Uma imagem mostra cinco homens tentando domar um touro na água para retirá-lo do mar e colocá-o em um barco.
Dois homens seguram o touro por trás enquanto outro tenta amarrá-lo ao barco e um terceiro e um quarto empurram.
As imagens aparecem em seguida ao segundo dia de outro festival bárbaro em Pamplona, no norte da Espanha, que foi criticado e denunciado por ativistas dos direitos animais e causou pelo menos 10 vítimas entre pessoas com ferimentos graves e leves.
O festival, que acontece a 400 quilômetros ao norte de Alicante, causa a morte de dezenas de touros a cada ano.
A tradição ultrapassada e secular das touradas tem sido uma questão controversa na Espanha.
As Ilhas Canárias se tornaram a primeira região espanhola a proibir a tradição “bárbara” em 1991. Vinte anos depois, a Catalunha seguiu o exemplo.
Enquanto os grupos pró-touradas lutaram contra as restrições, protegendo a tradição sob a lista do patrimônio cultural da Unesco, as touradas seguem em declínio.
Houve 810 lutas em 2008, mas esse número caiu mais da metade para apenas 369 no ano passado.
Esta semana em Pamplona, uma mulher de 19 anos foi ferida na região da coluna e quatro outras também ficaram feridas no segundo dia do festival de touros da cidade.
Dois homens e uma mulher foram hospitalizados com ferimentos na cabeça e hematomas graves, enquanto milhares de pessoas tomaram as ruas na segunda edição no evento deste ano.
Um deles foi atingido nas costas pelos chifres de um touro e sofreu uma lesão na coluna, mas não precisou ir ao hospital.
Outro recebeu um golpe na cabeça e foi levado ao hospital ainda consciente.
Acredita-se que um terceiro tenha quebrado o ombro esquerdo e outro tenha sido chutado nas costas. Um quinto foi tratado por contusões.
Acredita-se que nenhuma das lesões seja fatal.
Os seis touros da fazenda Cebada Gago, conhecida por criar touros ferozes (por meio de sofrimento e assédio), foram cercados por bois mansos durante a maior parte da rota de 850 metros até a praça de touros, enquanto corredores brigavam por um lugar no espaço limitado perto de seus chifres.
A corrida durou dois minutos e 23 segundos.
A notícia de mais feridos chega apenas um dia depois que mais cinco pessoas ficaram feridas no dia de abertura do festival.
Um deles, um americano de 23 anos, esta em estado “grave” no hospital depois de ter sido ferido na perna esquerda.
As outras vítimas foram são californiana de 46 anos, que sofreu um ferimento superficial no pescoço, e um homem de 40 anos da província de La Rioja, no norte da Espanha, também ferido na perna esquerda.
Um jovem de 18 anos da cidade basca de San Sebastian e um atleta de 23 anos de Barcelona também foram levados para o hospital com ferimentos na cabeça.
Embora a condição deles não seja grave, a equipe do hospital disse que um deles saiu do local inconsciente e só recobrou os sentidos na ambulância.
Imagens divulgadas por um rede de televisão mostraram um homem sendo levantado no ar e atingido no traseiro depois de ser surpreendido por trás por um dos animais de meia tonelada enquanto corria ao longo do percurso de meia milha pelas ruas de Pamplona.
Um dos seis touros da corrida, que correu cercado por seis novilhos, caiu logo no começo.
Outro se separou do resto do bando no final e foi levado para a baia após completar a corrida, em dois minutos e 40 segundos e cerca de meio minuto depois dos outros animais.
Um porta-voz do Hospital de Pamplona disse inicialmente que havia recebido apenas um homem com ferimentos na perna esquerda, confirmando depois que outros dois pacientes foram trazidos para o hospital com ferimentos na cabeça.
Uma das pessoas que foi levada para o hospital com ferimentos na cabeça foi retirada da cena inconsciente, mas o porta-voz do hospital disse que ele havia recobrado os sentidos na ambulância.
O porta-voz da Cruz Vermelha, José Aldaba, disse que os mais gravemente feridos foram tratados no domingo no principal hospital regional após a corrida, que durou 2 minutos e 41 segundos.
Os seis touros, acompanhados de touros mansos mais novos, correram juntos em grupo durante a maior parte do percurso até a praça de touros da cidade.
A corrida que ocorreu sábado de manhã foi a primeira das oito corridas de touros que acontecem durante o festival anual de nove dias, conhecido na Espanha como San Fermin.
Todos os dias, touros são obrigados a correr todas as manhãs e mortos em touradas à tarde.
Dezesseis pessoas já fora mortas no festival anual, que termina em 14 de julho.
A morte mais recente foi em 2009, quando Daniel Jimeno, de 27 anos, de Madri, foi ferido no pescoço por um touro chamado Capuchino.
Vários estrangeiros, de australianos a americanos, passando por britânicos e irlandeses, estão normalmente entre os feridos.
Entre 200 e 300 pessoas são feridas a cada ano no festival durante as corridas de touros.
A abertura das festividades no sábado foi cercada de polêmica após defensores dos direitos animais invadiram a arena de uma das primeiras lutas de touros quando um touro foi espetado até a morte.
A filmagem do incidente foi divulgada pela Peta UK no Twitter, que pode ser vista acima.
Mas são as oito corridas matinais, chamadas “encierros” em espanhol, que formam o destaque do festival, e que são os principais palcos de mortes de humanos e touros, cercadas de agonia, desespero e sofrimento dos animais.
Gratidão por estar conosco! Você acabou de ler uma matéria em defesa dos animais. São matérias como esta que formam consciência e novas atitudes. O jornalismo profissional e comprometido da ANDA é livre, autônomo, independente, gratuito e acessível a todos. Mas precisamos da contribuição, independentemente do valor, dos nossos leitores para dar continuidade a este imenso trabalho pelos animais e pelo planeta. DOE AGORA.