Touros são obrigados a duelar em uma arena para entreter uma plateia. Os animais têm seus corpos pintados, suas narinas perfuradas com argolas e são puxados por cordas violentamente. Enquanto a multidão grita, filma e fotografa, os animais são obrigados a lutar em locais improvisados colocando até mesmo a plateia em risco. Não há regras, o animal que cair exausto, ferido e em profundo sofrimento é o perdedor, que, na maioria das vezes, é condenado à morte.
Essa atividade barbára ocorre frequentemente em Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, e tem total respaldo legal. Cada evento de “lutas de touros” pode ter mais de 25 duelos diários. Animais chegam em grande caminhões de várias partes da cidade e são forçados a brigar por até 1 hora. Ativistas em defesa dos direitos animais estão denunciando a prática e reforçando que, não bastasse rinhas de camelos, touros também são explorados para entretenimento humano.
O ativista Elsayed Mohamed, diretor regional do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, afirma que não é mais justificável abusar de animais. “Só porque algo faz parte de uma sociedade há tanto tempo não significa que seja certo.Toda cultura tem muitas tradições ruins, mas porque é uma tradição, temos que seguir? Mesmo que eles estejam tomando precauções para evitar qualquer dano, feridas vão acontecer”, alertou Mohamed.
A suposta tradição de lutas de touros não é tão antiga. É uma falsa justificativa. Na verdade, os touros foram substituítuos por máquinas e tecnologias agrícolas nos trabalhos do campo e empresários tiveram a ideia dar uma nova “função” para os animais. Aqueles que defendem a prática afirmam que a atividade é menos violenta que as touradas espanholas e que não há maus-tratos a animais, já que são os touros que lutam entre si.
Um dos frequentadores assumiu que os animais são abusados apenas por diversão e que não há importância com o bem-estar dos animais. “As pessoas não tinham muito o que fazer e pegavam os animais e os faziam lutar, uma forma de entretenimento. Isso reuniria as pessoas”, confessou.