Por Fernanda Franco (Da Redação)
Apesar de já ter participado em mais de 60 espetáculos, onde cortou 111 orelhas, 29 caudas e matou vários touros, o franco-mexicano Michelito diz ser uma criança como as outras. As associações contra touradas insistem, com razão, que o menino deveria estar na escola e não na praça, matando animais.
Mas o show de crueldade parece não se resumir às touradas. O mesmo garoto que mata touros, e é dito “normal” por assistir a Bob Esponja e tirar boas notas nas provas de matemática, tem ainda entre suas comidas prediletas o “foie gras”.
Para quem não sabe, o “foie gras” é o fígado inchado de patos e gansos, obtido através do método da alimentação forçada: um funil de mais de 40 cm de comprimento é empurrado diariamente pelo pescoço abaixo desses animais. É então forçada pela garganta abaixo do animal, à máquina ou à mão, uma quantidade de cereais misturado com uma grande quantidade de gordura. A partir do 12º dia este processo é repetido de 3 em 3 horas, ou seja 8 vezes por dia. A essa altura, o corpo do animal já está completamente deformado, ele não consegue se mexer e respira com muita dificuldade. Ao 17º dia está morto.
Convenhamos. Saber fazer contas de nada vale, enquanto não são ensinados, a qualquer criança, os valores mais simples como, por exemplo, respeitar outros seres vivos: humanos e não humanos. O garoto sabe fazer conta de dividir, mas não sabe compartilhar a vida. De que lhe adiantam, então, essas “habilidades”?
Onde estão, neste momento, os educadores, os agentes conscientizadores, que deveriam prezar pela saúde mental dessa criança e pelo direito básico à vida dos animais? Onde está a lucidez da mídia, que insiste em noticiar atrocidades como essa de forma neutra? Matar não é natural, nem nunca será. Assim como não o é a violência direcionada contra qualquer ser vivo: não apenas contra gente, não apenas contra cão e gato. Todos os seres merecem respeito.
Se uma criança não entende o que é o respeito, alguém deve lhe ensinar. Uma sociedade que tolera qualquer tipo de violência é definitivamente uma sociedade muito doente.
Aonde chegaremos?
(Com informações do DN Gente)