Menos de três dias após o retorno das touradas na Cidade do México, uma juíza federal decidiu que esse tipo de evento deve ser interrompido novamente. A juíza Sandra de Jesús Zúñiga concedeu uma suspensão provisória na quarta-feira, 31, que permanecerá em vigor até a próxima audiência, no dia 7 de fevereiro, quando será determinado se a suspensão se tornará permanente.

Um evento realizado no último domingo marcou a primeira tourada na Cidade do México após aproximadamente um ano e meio e resultou na morte de seis touros. Na ocasião o juiz tomou a decisão justificando que as touradas prejudicam os direitos humanos por ser um ambiente hostil.

As touradas não eram realizadas na cidade desde junho de 2022, quando um juiz de instância inferior emitiu uma liminar que favorecia os animais e ativistas. No entanto, essa decisão foi anulada pela Suprema Corte do México (SCJN) em dezembro de 2023 e isso abriu caminho para nove touradas serem agendadas de 28 de janeiro a 24 de março.

No entanto, as duas touradas agendadas para domingo, 4 de fevereiro, e segunda-feira, 5 de fevereiro, estão suspensas, assim como aquelas que as seguem.

Ao proferir sua decisão na quarta-feira, a juíza do Quinto Distrito de Jesus aceitou uma liminar apresentada pela organização de direitos animais Todas y Todos por Amor a los Toros (Todos pelo Amor aos Touros). Sua decisão se baseou em uma lei contra maus-tratos e crueldade a animais em shows públicos, diferentemente da decisão de 2022, que se concentrou em proporcionar um ambiente saudável para as pessoas.

Antes e durante a tourada do dia 28 de janeiro, membros da ONG e outros ativistas protestaram do lado de fora do estádio. Estimativas indicam que o número de manifestantes variou de 200 a 300 pessoas.

A decisão da juíza foi fundamentada na Lei de Proteção Animal da Cidade do México, que, embora não proíba especificamente as touradas, exige ação quando uma queixa é apresentada.

Atualmente, as touradas são proibidas em cinco estados: Sonora, Guerrero, Sinaloa, Coahuila e Quintana Roo. Mas, infelizmente, elas são consideradas uma parte intangível do patrimônio cultural em Aguascalientes, Tlaxcala, Hidalgo, Querétaro, Zacatecas, Michoacán, Nayarit e Guanajuato.