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Tourada que será realizada em Portugal gera protestos de ONG e internautas

11 de fevereiro de 2011
3 min. de leitura
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“Espetáculo” realiza-se amanhã no âmbito da Feira do Fumeiro

Está gerando protestos a Corrida de Touros prevista para amanhã, em Vinhais, no âmbito da Feira do Fumeiro local. A Associação dos Amigos dos Animais de Chaves deu início à discussão, lamenta que uma prática “cruel”, que nunca teve “tradição” em Trás-os-Montes e que está sendo “abolida” em todo o mundo, esteja sendo promovida na região. A organização do evento defende que se trata de uma questão de “opinião” e lembra que “só vai quem quer”.

A Associação dos Amigos dos Animais de Chaves (AAAC) está apelando à condenação da corrida de touros que consta do programa da Feira de Vinhais e que deverá realizar-se amanhã às 14h, na Praça de Touros construída pela autarquia local.

O pedido de adesão à causa está sendo feito por correio eletrônico e nas redes sociais. “Podemos não conseguir evitar que se realize esta tourada, mas tentaremos que não se volte a repetir. A união faz a força!”, lê-se no mail de correio eletrônico que a AAAC está fazendo circular e que pede para ser reenviado para os endereços eletrônicos do presidente da Câmara de Vinhais e do vice-presidente e dos respectivos vereadores. No mail em causa é feita uma descrição pormenorizadas dos tormentos a que os animais das touradas são sujeitos, como o “corte dos chifres a sangue frio” e o cravar das bandarilhas, que “podem ter comprimentos entre  8 e 30 centímetros e têm arpões na ponta para se prenderem à carne e aos músculos do touro, rasgando-lhe os tecidos”.

“Tanto nas touradas à portuguesa, sejam corridas de touros ou garraiadas, como nas largadas, (…) os touros e os cavalos são as vítimas de um espectáculo com características extraordinariamente cruéis, que envergonham Portugal por ser um país em que cerca de 3 mil touros e 100 cavalos por ano sofrem indefesos o mal que é a tourada. Se lhes fosse possível, todos fugiriam da arena”, pode ler-se no mail.

Confrontada com a posição da Associação, a responsável pela organização da Feira, Carla Alves, referiu que este tipo de manifestações são “normais” e remeteu-as para o campo das “opiniões”. “Quem quiser ir vai, quem não quiser ir não vai”, defende Carla Alves.

De acordo com a mesma responsável, a Praça de Touros foi contribuída essencialmente para a realização de chegas de bois, uma tradição no concelho, que entende que pode contribuir para a preservação da raça mirandesa. Quanto ao “espetáculo” da corrida de touros, diz que a sua realização se prende com a curiosidade que tem despertado na região sempre que um ou outro concelho, recorrendo a praças amovíveis, têm apostado nesse tipo de iniciativas.

A primeira tourada em Vinhais aconteceu em 2008 e repetiu-se em 2009. A autarquia lamentavelmente parece ver no espetáculo mais um motivo de atração para o concelho. Em 2009, o presidente da Câmara, Américo Pereira, disse querer fazer de Vinhais “uma terra de touros, de lutas de bois e de touradas”.

Fonte: Seminário Transmontano

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