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EVENTOS CLIMÁTICOS

Tornados noturnos estão se tornando mais comuns e mortais nos EUA

Ameaça crescente é resultado da combinação mudanças climáticas, alterações nas estações de tempestades e vulnerabilidades regionais.

10 de maio de 2025
4 min. de leitura
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Um tornado durante tempestade noturna no Sul dos Estados Unidos. Foto: Reprodução/CBS

Tornados tendem a ser altamente devastadores, e um tipo específico preocupa cada vez mais os especialistas: os que ocorrem durante a noite. Esses, de acordo com estudos, são quase duas vezes mais fatais do que os diurnos, e estão se tornando mais comuns.

O Sudeste dos Estados Unidos já se tornou um ponto crítico para tornados que ocorrem após o pôr do sol. Entre 1950 e 2019, mais de 35% de todos os registrados em estados como Oklahoma, Missouri, Mississippi e Alabama foram nesse período. No Tennessee, que liderou a lista, o índice foi de 46%.

Maria Molina, professora assistente do Departamento de Ciências Atmosféricas e Oceânicas da Universidade de Maryland, explicou à National Geographic que a crescente ameaça de tornados noturnos é resultado das mudanças climáticas, de alterações nas estações de tempestades e das vulnerabilidades regionais.

Segundo ela, temperaturas mais amenas permitem condições climáticas severas, mesmo em meses que geralmente não são associados à atividade de tornados. E, no inverno, quando o dia é mais curto, as chances de um tornado acontecer após o anoitecer aumentam.

Outra questão, observou Kelsey Ellis, professora associada do Departamento de Geografia e Sustentabilidade da Universidade do Tennessee, à NatGeo, é que tornados noturnos causam mais mortes do que os diurnos, e os tornados no Sudeste são mais fatais do que em outras localidades.

“Parte disso se deve a uma sobreposição, porque temos mais tornados à noite em comparação com outros lugares, mas também é uma questão estrutural, onde temos mais casas móveis e pré-fabricadas e menos porões, abrigos contra tempestades e porões contra tempestades”, apontou a especialista.

Alertas precoces

Na tentativa de minimizar os impactos mortais dos tornados, cientistas estadunidenses estão trabalhando para melhorar o tempo de detecção de alertas. Um deles é o meteorologista Aaron Hill.

Ele está avaliando o uso de inteligência artificial nesse processo. “Esta é uma área aberta da pesquisa científica, mas estamos muito animados por termos essas ferramentas, temos a capacidade de fazê-lo, e precisamos aproveitar essa capacidade e torná-la realidade.”

Há de se destacar o projeto Alerta de Previsão, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), que utiliza modelagem computacional e dados em tempo real para testar previsões de tempestades mais antecipadas.

O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) do órgão atribuiu à ferramenta o salvamento de vidas antes de um tornado EF3 que atingiu o Condado de Carter, Missouri, em março. Isso porque ela possibilitou que mensagens de segurança fossem enviadas duas horas antes da ocorrência do fenômeno.

“Quanto mais alertas antecipados pudermos fornecer às pessoas, melhores decisões elas poderão tomar”, disse Hill. “Em última análise, não podemos controlar o que os tornados fazem. Podemos simplesmente controlar o que fazemos.”

Fonte: Um só Planeta

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