Tornados tendem a ser altamente devastadores, e um tipo específico preocupa cada vez mais os especialistas: os que ocorrem durante a noite. Esses, de acordo com estudos, são quase duas vezes mais fatais do que os diurnos, e estão se tornando mais comuns.
O Sudeste dos Estados Unidos já se tornou um ponto crítico para tornados que ocorrem após o pôr do sol. Entre 1950 e 2019, mais de 35% de todos os registrados em estados como Oklahoma, Missouri, Mississippi e Alabama foram nesse período. No Tennessee, que liderou a lista, o índice foi de 46%.
Maria Molina, professora assistente do Departamento de Ciências Atmosféricas e Oceânicas da Universidade de Maryland, explicou à National Geographic que a crescente ameaça de tornados noturnos é resultado das mudanças climáticas, de alterações nas estações de tempestades e das vulnerabilidades regionais.
Segundo ela, temperaturas mais amenas permitem condições climáticas severas, mesmo em meses que geralmente não são associados à atividade de tornados. E, no inverno, quando o dia é mais curto, as chances de um tornado acontecer após o anoitecer aumentam.
Outra questão, observou Kelsey Ellis, professora associada do Departamento de Geografia e Sustentabilidade da Universidade do Tennessee, à NatGeo, é que tornados noturnos causam mais mortes do que os diurnos, e os tornados no Sudeste são mais fatais do que em outras localidades.
“Parte disso se deve a uma sobreposição, porque temos mais tornados à noite em comparação com outros lugares, mas também é uma questão estrutural, onde temos mais casas móveis e pré-fabricadas e menos porões, abrigos contra tempestades e porões contra tempestades”, apontou a especialista.