Em um triste episódio envolvendo a exploração de um animal morto como símbolo de provocação, uma cabeça de porco foi arremessada no campo durante a partida entre Corinthians e Palmeiras na Neo Química Arena, na noite de ontem (04/11). O ato levanta indignação sobre o desrespeito aos animais mesmo após sua morte.
Segundo informações da polícia, a cabeça de porco foi levada ao estádio por um grupo de torcedores corintianos antes da abertura dos portões ao público. Pessoas que trabalhavam na preparação do estádio para o jogo contaram que o responsável por introduzir a cabeça de porco no estádio foi visto jogando-a por cima das grades na área do setor sul, horas antes do clássico.
Esse episódio sublinha a necessidade de que a cultura esportiva repense o impacto de ações que utilizam restos mortais de animais como “ferramentas” de provocação. Mesmo já morto, o uso do corpo de um animal como objeto de escárnio e violência simbólica agrava a banalização dos direitos animais e sua vida, transformando-a em um simples instrumento de rivalidade esportiva.
A polícia identificou e levou dois torcedores para o Juizado Especial Criminal do estádio, onde ambos prestaram depoimento e foram liberados. Ainda que tenham negado envolvimento direto, podem responder por contravenções relacionadas à promoção de tumulto, que pode render prisão de 15 dias a seis meses ou multa. Imagens de segurança estão sendo analisadas, e o Ministério Público também requisitou o banimento dos envolvidos.
A polícia aguarda novas imagens solicitadas ao Corinthians e busca Rafael Modilhane, identificado como o responsável pela compra da cabeça de porco. Cerca de cinco horas antes do clássico, o ele gravou e divulgou vídeos em que aparece realizando a compra no Mercadão de São Paulo e anunciando suas intenções. Nas gravações, ele usa um filtro de palhaço para ocultar o rosto.