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DESRESPEITO

Torcedores do Corinthians arremessam cabeça de porco em campo durante partida de futebol

Responsáveis pela compra da cabeça e por jogá-la em campo já foram identificados

5 de novembro de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Cabeça de porco no gramado da Neo Química Arena. Foto: Reprodução/Premiere

Em um triste episódio envolvendo a exploração de um animal morto como símbolo de provocação, uma cabeça de porco foi arremessada no campo durante a partida entre Corinthians e Palmeiras na Neo Química Arena, na noite de ontem (04/11). O ato levanta indignação sobre o desrespeito aos animais mesmo após sua morte.

Segundo informações da polícia, a cabeça de porco foi levada ao estádio por um grupo de torcedores corintianos antes da abertura dos portões ao público. Pessoas que trabalhavam na preparação do estádio para o jogo contaram que o responsável por introduzir a cabeça de porco no estádio foi visto jogando-a por cima das grades na área do setor sul, horas antes do clássico.

Esse episódio sublinha a necessidade de que a cultura esportiva repense o impacto de ações que utilizam restos mortais de animais como “ferramentas” de provocação. Mesmo já morto, o uso do corpo de um animal como objeto de escárnio e violência simbólica agrava a banalização dos direitos animais e sua vida, transformando-a em um simples instrumento de rivalidade esportiva.

A polícia identificou e levou dois torcedores para o Juizado Especial Criminal do estádio, onde ambos prestaram depoimento e foram liberados. Ainda que tenham negado envolvimento direto, podem responder por contravenções relacionadas à promoção de tumulto, que pode render prisão de 15 dias a seis meses ou multa. Imagens de segurança estão sendo analisadas, e o Ministério Público também requisitou o banimento dos envolvidos.

A polícia aguarda novas imagens solicitadas ao Corinthians e busca Rafael Modilhane, identificado como o responsável pela compra da cabeça de porco. Cerca de cinco horas antes do clássico, o ele gravou e divulgou vídeos em que aparece realizando a compra no Mercadão de São Paulo e anunciando suas intenções. Nas gravações, ele usa um filtro de palhaço para ocultar o rosto.

A situação trouxe à tona discussões sobre a ética no comportamento das torcidas e sobre como o esporte pode perpetuar práticas desrespeitosas para com a vida animal. Tais ações evidenciam a necessidade de uma postura mais rigorosa contra a violência simbólica que envolve seres vivos, reforçando que o ambiente esportivo, enquanto espaço de união e celebração, também deve respeitar valores éticos que vão além da rivalidade.

Nota da Redação: a ANDA repudia o episódio envolvendo o uso de uma cabeça de porco como forma de provocação durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, um ato desrespeitoso que banaliza a vida animal. O uso de restos mortais de um animal para fins de rivalidade é inaceitável e precisa ser combatido com firmeza, tanto pelos clubes quanto pelas autoridades. Reforçamos a importância de uma cultura esportiva que valorize o fair play e respeite todas as formas de vida.

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