A Baía da Babitonga é um estuário localizado na cidade de São Francisco do Sul, na região Norte de Santa Catarina. O local é formado por 14 ilhas e águas calmas, com aproximadamente 160 km² de espelhos de água.
Na região, os manguezais favorecem a vida de crustáceos e também de aves, como o colhereiro e o guará. “Muitos animais entram aqui na baía para ter os seus filhotes”, comenta a bióloga Annelise Colin Holz.
Lá ocorre ainda o encontro da água doce do rio com a salobra do mar. Por isso, a área dos manguezais é rica em nutrientes e matérias orgânicas. Além disso, a biodiversidade do ecossistema tem importância também comercial. “Muitas espécies vêm de fora, entram aqui para se reproduzir e depois vão ser capturadas pela frota industrial lá fora”, explica a bióloga Marta Cremer.
Um dos projetos destaques da região é a que busca preservar as toninhas, pesquisar a fauna da região e sensibilizar a comunidade sobre a necessidade da conservação dos ecossistemas costeiros. A toninha, mamífero aquático semelhante a um golfinho, pode ser encontrada entre a Argentina e o estado brasileiro Espírito Santo. “Ela tem o comportamento discreto, é pequena e a coloração é parecida com a da água, então é difícil de observá-la. Mas aqui, conseguimos trabalhar com o animal vivo”, afirma Annelise Colin Holz.
A toninha está em risco de extinção e as principais causas, segundo os biólogos, é a pesca acidental, a contaminação das águas e o stress por poluição sonora dos barcos. O animal é o mamífero marinho mais ameaçado do Atlântico Sul ocidental.
Para evitar ainda mais a diminuição do número de exemplares da espécie, a bióloga comenta que entre as soluções estão a criação de áreas de preservação e também a conscientização da população para não jogar lixo na água. “Preservando a toninha, conseguimos preservar outras espécies também”, explica a bióloga Annelise.
Na região, um museu ajuda a explicar para as crianças a importância dos ecossistemas da Baía da Babitonga. “Quando a gente aprende mais sobre os animais, a gente aprende a conservar a natureza”, conta Jaqueline Mafra, de 14 anos.
Fonte: G1