Os lagostins de água doce constam como vulneráveis na lista de espécies ameaçadas no Brasil. De acordo com o doutorando Felipe Bezerra Ribeiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no Brasil há registro deste crustáceo apenas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. No estado, foram encontrados exemplares da espécie na parte mais preservada do Parque Beto Carrero World.
Os lagostins de água doce pertencem ao grupo dos crustáceos decápodos, que possuem cinco pares de patas. Os crustáceos passam boa parte da sua vida enterrados em tocas, que são construídas em terrenos úmidos e alagados. As tocas possuem uma borda ornamentada, chamada de chaminés. “Essa chaminé é um sinal que eles cavaram para entrar no substrato. Onde tem a chaminé, tem o lagostim”, esclarece a pesquisadora, Kelly Martinez Gomes, doutoranda em Biologia da UFGRS.
Um dos fatores determinantes para que o crustáceo fosse encontrado é a condição de preservação do habitat natural da espécie. “Acreditamos que o fato do parque ter mantido algumas áreas com mata nativa pode ter sido essencial para a manutenção da população dos lagostins ao longo dos anos”, afirmam os doutorandos.
“O conhecimento da distribuição das espécies permite criar uma avaliação mais precisa sobre o estado de conservação desse crustáceo, além de chamar a atenção para a preservação dos locais com as ocorrências dos lagostins. E com uma base sólida de conhecimento acerca da diversidade, ecologia e genética dessas espécies de lagostins, vamos podes traçar planos de conservação e manejo mais efetivos”, explica Felipe Bezerra Ribeiro.
Fonte: G1