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Tire suas dúvidas sobre a castração de cães e gatos

17 de março de 2016
4 min. de leitura
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Cãozinho usa um colar elizabetano após uma cirurgia de castração
Cãozinho usa um colar elizabetano após uma cirurgia de castração

O número de cães e de gatos no Brasil ultrapassa os 73,3 milhões, segundo os dados mais recentes da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) divulgada em 2015 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Parte desses animais vive em lares, mas um levantamento datado de 2014 indica que cerca de 30 milhões estão nas ruas.

Diante deste cenário, médicos veterinários recomendam a castração como medida mais pertinente contra a superpopulação. Só em São Paulo, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) mantém desde 2001 o programa de castração e de orientação para a guarda responsável. Números recentes indicam que, em 2015, cerca de 90 mil animais foram registrados e castrados pela entidade ou instituições ligadas a ela. Mas castrar não evita apenas a procriação descontrolada, também beneficia a saúde do animal.

Indicação

Indicada como principal método para barrar a superpopulação e, consequentemente, o número de animais abandonados, a castração, no caso das fêmeas, pode evitar problemas como infecção uterina (piometra ou complexo hiperplasia endometrial cística) e câncer de mama. Já nos machos, o risco de tumores testiculares deixa de existir. O ideal é que o cão ou o gato tenha entre três meses e oito anos, mas a partir dos sete anos, os cuidados devem ser redobrados. Quando as condições são favoráveis, é feita a remoção do útero e dos ovários ou dos testículos.

Pré e pós-operatório

Uma vez que o tutor decide submeter o animal ao procedimento, alguns exames clínicos são feitos para avaliar a saúde do animal – que receberá anestesia geral ­- e é dada a indicação do tempo de jejum. Após a cirurgia, assim que o efeito da anestesia passa, o animal é observado e, se estiver bem, liberado. Neste momento, o cuidador recebe instruções sobre os procedimentos do pós-operatório, que incluem: administração de anti-inflamatórios e analgésicos; uso de colar elizabetano (o famosos “cone da vergonha”, principalmente para as fêmeas) ou roupa pós-cirúrgica; e o prazo para o retorno ao consultório para retirada dos pontos. Em geral, a recuperação das “meninas” ocorre em 15 dias e a dos machinhos, em 10.

Sem cio, sem “treta”

Nos lares onde vivem animais de diferentes sexos é comum observar um aumento na agressividade quando a fêmea entra no cio. Isso ocorre porque os machos passam a disputá-la. O resultado são animais estressados e a possibilidade de brigas.

Com a castração, o cio cessa e a disputa também. A medida ainda evita fugas de cães e gatos que desejam cruzar e, assim, minimizam o risco de acidentes como atropelamentos, por exemplo.

O que engorda é a comida

O senso-comum prega que cães e gatos castrados estão fadados a serem gordinhos. De fato, um aumento no apetite dos animais é observado e a agitação diminui, porque a excitação deixa de existir. Porém, se os tutores motivarem seus animais a se exercitarem mais e cuidarem da quantidade de comida ingerida, os animais permanecerão com o peso controlado. Para indivíduos que comem ração, inclusive, há versões especiais que costumam ser menos calóricas e mais balanceadas e podem ser indicadas por um veterinário.

Mutirão

Castração gratuita

Não são apenas os animais sem tutor que podem ser castrados gratuitamente. Na capital paulista, por exemplo, quem não tem condições de arcar com o custo do procedimento pode recorrer aos mutirões de castração organizados pelo CCZ em parceria com as Suvis (Supervisão de Vigilância em Saúde) e algumas ONGs. As entidades mantém um calendário (informações pelos telefones 156 ou (11) 3397-8900) com as datas e locais em que o serviço será oferecido. Para realizar a cirurgia, basta que o tutor apresente RG, CPF e comprovante de residência para confirmar a inscrição do(s) animal(s). Os agendamentos costumam ser feitos uma semana antes da data programada para o mutirão, no mesmo local onde a ação será realizada. As Suvis também cadastram e encaminham os animais para as clínicas parceiras mais próximas. Em geral, o tempo de espera para conseguir uma cirurgia por este sistema varia de dois a três meses.

A cirurgia em mutirão é segura?

Assim como na maior parte das clínicas, a indicação para castração de animais em mutirões considera a idade entre três meses e oito anos como a admissível e a cirurgia é feita apenas em indivíduos sadios. As condições de pré e pós-operatório devem ser as mesmas das observadas em procedimentos pagos. Há prescrição de medicamentos, quando necessário, e são dadas orientações sobre quem procurar em caso de complicações, uma vez que as clínicas parceiras ficam responsáveis pelos animais até a recuperação. Em caso de dúvidas procure organizações de proteção animal, como a Arca, e o próprio CCZ.

Fonte: Uol / Mulher

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