O diagnóstico do diabetes em animais é semelhante, mas o tipo de diabetes no diagnóstico apresenta diferenças significativas que impactam diretamente o tratamento e a qualidade de vida dos animais.
Segundo a Dra. Sofia Borin-Crivellenti, médica veterinária e membro da Diretoria da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária (ABEV), tanto em cães quanto em gatos, o diagnóstico do diabetes é baseado na presença de sinais clínicos como aumento da sede, urina em excesso e perda de peso, além da confirmação de hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue) e glicosúria (glicose presente na urina).
“O processo de diagnóstico é basicamente o mesmo, independentemente da espécie”, afirma a especialista.
Porém, quando se trata do tratamento, surgem as diferenças. Essas variações são na maioria decorrentes dos diferentes tipos de diabetes em cada espécie.
Diabetes tipo 1 e 2: a diferença de diagnóstico nos animais
De acordo com a Dra. Sofia, “os cães geralmente desenvolvem diabetes tipo 1, onde o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina. Isso significa que os cães precisarão de insulina diariamente para o resto de suas vidas.”
Já nos gatos, na maioria dos casos, sofrem de diabetes tipo 2. Nesse tipo de diabetes, há um defeito na produção de insulina associado a uma resistência insulínica, o que significa que o corpo dos felinos produz insulina, mas tem dificuldade em utilizá-la adequadamente.
Essa diferença no tipo de diabetes faz diferença direta no tratamento. Enquanto os cães necessitam de insulinoterapia contínua, os gatos podem, em alguns casos, entrar em um estado de remissão, isso significa que pode existir a redução ou desaparecimento dos sintomas e sinais da doença.
Remissão da doença em gatos
“A remissão, no entanto, não é uma cura. Durante esse período, o gato não precisa receber insulina, mas isso pode durar de dias a meses, e em alguns casos, pode nunca acontecer.” ressalta a veterinária.
Essa possibilidade de remissão nos gatos depende de uma série de fatores, como o controle rápido da glicemia e a identificação e tratamento das causas da resistência à insulina. Portanto, o tratamento do diabetes em gatos pode ser mais dinâmico, exigindo ajustes contínuos conforme a resposta do animal ao tratamento.
Para os tutores de animais com diabetes, compreender essas diferenças é essencial para garantir que seus animais recebam o cuidado adequado. Além disso, estar atento aos sinais da doença e procurar orientação veterinária ao primeiro indício de sintomas pode fazer toda a diferença no tratamento e na qualidade de vida dos cães e gatos diagnosticados com a doença.
Fonte: Terra