Originários do continente asiático, tigres foram caçados e exportados para todo o mundo para serem exibidos e explorados em zoológicos ou mortos para terem parte dos seus corpos vendidos como ingredientes de supostos tratamentos milagrosos da medicina tradicional asiática, prática que ainda perdura. No entanto, com a dizimação da espécie e sua quase completa extinção, os animais selvagens agora estão sendo criados em cativeiro para serem mortos e terem seus ossos e garras vendidos pelos traficantes.

Uma investigação feita pela organização Four Paws mostra que há diversas “fazendas” de tigre em vários pontos da África do Sul. Um relatório feito pela ONG aponta que há pelo menos 360 tigres no país, quase um décimo da população global da espécie. Muitos deles serão vendidos para zoos, mas outros terão como destino a morte e mutilação para atender o mercado asiático. Como não são animais nativos, não recebem proteção legal e podem ser explorados irrestritamente.

A criação de tigres cresceu rapidamente com a proibição da criação enlatada de leões, que são uma espécie protegida na África do Sul. “Havia brechas que estavam permitindo que o modelo de negócios mudasse. Estamos pedindo à África do Sul que pare de apoiar esse comércio… e seja um defensor da vida selvagem, e não perpetue o comércio de espécies em declínio”, disse um porta-voz da Four Paws em entrevista à AFP.

A Four Paws está pedindo aos governantes do país que adotem medidas para barrar a criação de tigres. “Estamos pedindo à África do Sul que pare de apoiar esse comércio… e seja um defensor da vida selvagem, e não perpetue o comércio de espécies em declínio”, salienta a organização, que acusa a África do Sul de desrespeitar leis internacionais que protegem espécies em risco crítico de extinção, como os tigres.

O presidente do país ainda não se pronunciou sobre as denúncias.