Um tigre reagiu à exploração e abuso ao morder o braço de uma treinadora de animais. O incidente aconteceu na manhã de hoje (02/09) antes da abertura do Dreamworld, um parque de diversões que possui um zoológico, localizado em Queensland, Austrália.
O Serviço de Ambulância de Queensland (QAS) informou que a mulher, de 47 anos de idade, foi levada para o Hospital Universitário de Gold Coast após sofrer cortes e arranhões enquanto trabalhava no Tiger Island, parte do parque onde os tigres são mantidos. O estado de saúde dela é estável
A Tiger Island aprisiona nove tigres de Sumatra e de Bengala, e é uma das poucas exibições interativas com tigres no mundo. Foi inaugurada há quase três décadas e realiza dois shows por dia, nos quais os espectadores são convidados a assistir os animais “deslizando debaixo d’água” em uma piscina e comendo suas refeições diárias.
O site do parque convida o público a se “encantar com sua força e poder bruto dos tigres durante a hora da alimentação”, explorando a natureza instintiva dos animais para fins de entretenimento.
Em comunicado, o Dreamworld disse que este foi um incidente isolado e raro, e que realizarão uma investigação minuciosa do caso.
Entretanto, segundo relatos da mídia local, houve uma série de incidentes no recinto ao longo dos anos, incluindo um em 2011, quando um tigre macho de Bengala de nove anos de idade, chamado Kato, mordeu dois treinadores. Outro relato diz que em 2022 um dos tratadores mais experientes da Tiger Island também se feriu em um incidente.
Os tigres de Sumatra estão criticamente ameaçados de extinção, com menos de 400 indivíduos vivendo na natureza, enquanto o tigre de Bengala está em perigo. Acredita-se que haja mais tigres em cativeiro nos Estados Unidos do que em seu habitat.
Suzanne Milthorpe, da World Animal Protection Australia, disse que o incidente no Dreamworld foi mais um triste lembrete de que interações próximas com animais selvagens mantidos em cativeiro para fins de entretenimento podem ser perigosas tanto para os humanos quanto para os animais. “Apelamos para que a indústria do turismo pare de promover encontros próximos com animais selvagens”, pediu ela.
Nota da Redação: a ANDA reforça nosso repúdio à prática de manter animais em cativeiro em zoológicos e parques temáticos. Esta prática, motivada principalmente por lucro e entretenimento, representa uma grave violação dos direitos animais. Como nós, ele precisam viver em liberdade para que seu bem-estar seja protegido.
Os animais são seres sencientes que possuem necessidades físicas, emocionais e sociais complexas. Mantê-los em ambientes artificiais e confinados, longe de seus habitats naturais, é privá-los da oportunidade de viver de acordo com sua natureza. Em cativeiro, eles são forçados a suportar espaços restritos, a falta de estímulos naturais e o estresse psicológico, o que muitas vezes resulta em comportamentos anormais, conhecidos como estereotipias, e em uma qualidade de vida significativamente reduzida.