A Universidade do Estado da Luisiana (LSU), nos Estados Unidos, levou um tigre-de-bengala enjaulado para o campo diante de 100 mil torcedores durante um jogo de futebol americano na noite de ontem (09/11).
Essa foi a primeira vez em quase uma década que a faculdade levou um tigre vivo para um jogo, prática que era muito comum. O governador da Luisiana, Jeff Landry, teria liderado o esforço para trazer de volta a prática cruel para a universidade.
A PETA a emitiu uma declaração classificando o ato como “cruel e perigoso”.
No entanto, os torcedores da LSU receberam o tigre, que pertence a um ex-performer de circo acusado de uma série de abusos contra animais, com muito barulho, o que deixa o felino mais assustado.
Inicialmente, o tigre estava deitado, mas com o barulho começou a andar em círculos, comportamento típico em animais estressados. Minutos depois, a jaula foi retirada do campo.
A universidade também mantém um tigre chamado Mike VII, aprisionado no campus, mas ele não é o mesmo que foi levado ao campo durante o jogo. Após a morte do tigre anterior da universidade, Mike VI, em 2016, a LSU anunciou que futuros Mikes não seriam mais levados ao campo.
De acordo com o site da universidade, Mike VI, que morreu de uma forma rara de câncer, e foi forçado a participar de 33 jogos em casa entre 2007 e 2015.
Embora o atual mascote vivo da universidade, Mike VII – um tigre de oito anos e 156 kg, que chegou à LSU em 2017 – não seja levado ao campo para os jogos, ele vive aprisionado em um recinto de 1.400 metros quadrados no campus, adjacente ao estádio.
Como alternativa, Landry levou um tigre que estava na Flórida para o jogo – para o desgosto dos ativistas de direitos animais, que protestaram fora do estádio.
O responsável pelo tigre, Mitchel Kalmanson, é acusado de não alimentar adequadamente grandes felinos e de mantê-los em veículos sujos, com larvas, restos de comida e excrementos. Em duas ocasiões, seus tigres já escaparam.
“Transportar um tigre estressado por estados e colocá-lo em uma caixa transparente em um estádio barulhento não é apenas cruel e perigoso, mas aparentemente também ilegal na Louisiana”, declarou Klayton Rutherford, diretor associado de pesquisa de vida selvagem em cativeiro da fundação PETA, em entrevista ao Daily Mail. “Não é surpresa que apenas um showman desrespeitador da lei como Mitchel Kalmanson faria isso. A PETA apresentou uma queixa urgente ao Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana, pedindo que tome todas as medidas possíveis contra Kalmanson por esse truque barato, e insta a LSU a ignorar o mandato bizarro — e ilegal — do governador em busca de atenção, rejeitando a ideia de levar animais selvagens atormentados para os jogos.”
Kalmanson está ligado à Lester Kalmanson Agency, que fornece animais para circos e zoológicos e é especializada no transporte de animais exóticos. Segundo o site da agência, ele já forneceu animais de circo para os EUA, México, África do Sul e Europa.
Ele também transportou — entre outros — leões para Paris, pandas para o sudeste asiático e raposas russo-siberianas para diversos lugares.
Em 2003 e 2004, de acordo com a PETA, seus tigres escaparam durante apresentações de circo. Em 2006, dois filhotes contraíram uma doença óssea por não serem alimentados adequadamente. Um deles morreu.
Um relatório de inspeção do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) alega que, em 2015, Kalmanson impediu que tigres se exercitassem diariamente e os manteve em veículos muito sujos.
De acordo com informações, levou 10 horas para transportar o tigre da Flórida para Baton Rouge, onde a LSU está localizada.