Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Treinadores de animais chineses foram observados amarrando um tigre ameaçado de extinção para que espectadores pudessem tirar fotografias em um show de circo.
Um vídeo chocante das cenas foi divulgado em sites de notícias chineses. Na filmagem, o tigre de Amur, uma espécie protegida na China, tem seu corpo e membros amarrados enquanto é deitado sobre uma mesa no circo localizado em Hunan, no sul do país.
Turistas ordenados em uma fila esperam para subir no tigre e ter suas fotografias tiradas, de acordo com o vídeo, que foi postado no Iqiyi, uma plataforma chinesa de compartilhamento de vídeos.
Não está claro quem filmou o ocorrido, mas as cenas foram amplamente compartilhadas online, chamando a atenção de usuários da internet e grupos de direitos animais.
Acredita-se que o clipe curto, que teve mais de 42 mil visualizações, foi capturado em um circo na cidade de Yiyang, Hunan.
O início do vídeo mostra três instrutores de circo amarrando o tigre em uma mesa com varas e cordas. O animal parecia estar impotente e angustiado.
Havia cerca de 30 pessoas, incluindo jovens crianças na tenda de circo, esperando para ter fotos tiradas com o tigre. Uma mãe levou seu filho perto do tigre, mas a criança se recusou a sentar-se sobre o felino grande e gritou: “Estou com medo! Estou assustada!”.
Um funcionário com microfone incentivou outras pessoas quando uma senhora sentou-se nas costas do tigre.
“O quão legal é sentar em um tigre? Talvez isso possa mantê-los longe dos demônios e lhes trazer riqueza também?”, disse o funcionário.
A ação de sentar em um tigre é uma reminiscência do Deus da Riqueza na tradição chinesa. As pessoas acreditam que o Deus da Riqueza iria trazer boa sorte e evitar problemas.
Enquanto os turistas estavam desfrutando do abuso de sentar em suas costas, o belo animal parecia triste e era incapaz de se mover.
O final do vídeo mostrou o momento em que o tigre foi libertado das tiras. Ela saltou da mesa e rapidamente fugiu do palco.
Grupos de direitos animais, como a PETA, condenaram o comportamento cruel praticado pelos adestradores.
“Nenhum tigre trocaria a liberdade pelo cativeiro – ser enjaulado, dominado, amarrado, chicoteado e usado como suporte para uma foto vulgar. A única maneira de fazer esses caçadores altamente inteligentes e poderosos posarem para a câmera é mantê-los sob constante ameaça de punição, intimidá-los e restringi-los”, disse Elisa Allen, diretora da PETA do Reino Unido.
“Este tigre estava preso e amarrado com tanta força que nem conseguia levantar a cabeça, enquanto um urso em uma gaiola passeava ao redor, mostrando o dano psicológico comumente visto em animais usados em circos”, acrescentou.
Não são apenas os tigres que estão sujeitos ao tratamento cruel em circos com animais na Ásia.
Segundo Allen, a PETA Asia descobriu que os instrutores de circo arrastam, puxam, batem, golpeiam, chicoteiam e chutam leões e filhotes de urso para quebrar seus espíritos e fazê-los executar truques.
O tigre de Amur, conhecido também como o tigre Siberiano, está listado como um animal em perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
É também uma espécie de perigo de grau I de acordo com a lei chinesa sobre proteção da vida selvagem. Nas décadas de 1930 e 1940, havia cerca de 40 Tigres de Amur no mundo. Atualmente, o número é de 540.
No passado, a espécie habitou todo o nordeste da China e o oriente e extremo oriente russo. De acordo com a WWF, seu habitat principal é restringido agora à montanha de Sikhote-Alin no extremo oriente da Rússia.
Devido à perda de habitat causada pela exploração madeireira e ao baixo número de presas, os tigres de Amur ainda enfrentam uma enorme ameaça a sua sobrevivência, de acordo com o Daily Mail.