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Terror: Tropas israelenses atiram e matam dezenas de animais em zoo de Gaza

25 de janeiro de 2009
3 min. de leitura
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Por Natalia Cesana (da Redação)

Foto: Megan Hirons/Gulf News

O Zoológico de Gaza cheira à morte, mas o zelador do local, Emad Jameel Qasim, não parece se importar enquanto caminha por entre os animais mortos. Ele aponta para um buraco em um camelo. “Esta fêmea de camelo estava grávida quando um míssil a atingiu nas costas. Olhe para a cara de sofrimento dela quando morreu”, disse ao jornal Gulf News.
Foto: Megan Hirons/Gulf News

Por onde quer que se vá, dentro de todas as jaulas existem animais mortos deixados ali desde os últimos ataques de Israel.
Qasim não entende por que escolheram destruir o zoológico. E não é difícil discordar dele, pois a maioria dos animais foi baleada à queima-roupa.
“A primeira coisa que os israelenses fizeram foi atirar nos leões. Os animais correram para fora da jaula e tentaram se esconder no escritório.”
Hoje, dois leões estão de volta à suas jaulas. A fêmea está grávida e fica deitada no chão, balançando o rabo. Qasim fica muito perto deles, que parecem não se incomodar com a presença do zelador.
Enquanto circula pelo zoológico, Qasim fica chocado com estado dos poucos animais que sobreviveram, fracos e perturbados.
“As raposas comeram umas às outras porque não conseguimos chegar a tempo.” Existem carcaças por todos os lugares e a única raposa que sobreviveu está tremendo no canto.
O zoológico abriu em 2005, com dinheiro local e de ONGs internacionais. Abrigava 40 tipos de animais, uma biblioteca infantil, um playground e um centro cultural.
Foto: Megan Hirons/Gulf News

Dentro do prédio principal, soldados desfiguraram as paredes, destruíram os banheiros e removeram todos os discos rígidos dos computadores. Quando perguntado por que o zoológico era um alvo, Qasim ri. “Eu não sei, você precisa perguntar para os israelenses. Este lugar era aonde as pessoas vinham para relaxar e se divertir, não é um local de política.”
Israel acusa o Hamas de disparar foguetes em áreas civis. Qasim reage furiosamente quando ouve essa hipótese. “Deixe-me perguntar uma coisa, quando eles atacaram, não havia uma pessoa sequer neste zoológico, apenas os animais. Todos nós já tínhamos fugido quando eles chegaram. Com qual propósito eles atiraram nos animais e destruíram tudo?”
Dentro de uma jaula estão caídos três macacos mortos. Qasim aponta para uma panela de barro. “Eles tentaram se esconder”, diz se referindo à mãe e filho que estavam com metade do corpo para dentro da panela.
Qasim diz que suas duas prioridades no momento são reconstruir o zoológico e levar o exército de Israel a julgamento.
Nota da Redação: Mais uma vez vidas inocentes respondem pela insanidade humana. A existência de zoos já é por si só um ato de extrema violência contra os animais, que deveriam habitar livres a natureza. Violentados em sua liberdade, esses seres ainda são obrigados a suportar torturas e horrores, desprotegidos e tratados como objetos a serem manipulados para o entretenimento e sadismo humanos. Zoológicos são retratos vivos do quanto a espécie humana é capaz de interferir e desrespeitar os direitos animais.  

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