O terremoto e tsunami ocorridos em março no nordeste do Japão mataram milhares de albatrozes e outras espécies ameaçadas de extinção que habitavam o atol Midway, localizado no noroeste do Havaí. Esse atol, um dos mais remotos da terra, abriga mais de dois milhões de pássaros. Dezenas de milhares deles foram mortas pelas ondas gigantes que varreram boa parte de sua extensão. Essas informações, veiculadas no site da BBC, são do US Fish and Wildlife Service.
“A morte desses albatrozes é uma terrível notícia principalmente quando se leva em conta o declínio da população dessas aves. No mundo, são 22 espécies, todas ameaçadas de extinção”, comenta Tatiana Neves, coordenadora do Projeto Albatroz, uma organização não-governamental baseada em Santos (SP) e que, há vinte anos, desenvolve atividades para preservar albatrozes e petréis, esses últimos também ameaçados de extinção. No Brasil, seis espécies de albatrozes estão na lista de ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente.
Dados da BirdLife International, uma organização mundial que congrega entidades voltadas à conservação de aves marinhas, mostram que, a cada ano, cerca de trezentas mil aves são mortas. Destas, mais de cem mil são albatrozes. Somente no Brasil, mais de dez mil albatrozes são mortos por ano.
A maior ameaça às populações dessas aves é a captura incidental pela pesca. No Brasil, é o espinhel pelágico – técnica de pesca utilizada pelos barcos do Sul e Sudeste do Brasil para apanhar atuns, cações e espadartes (meca) – o responsável pela morte das aves. Ao tentarem comer as iscas, os albatrozes ficam presos nos anzóis e morrem afogados.
O Projeto Albatroz faz pesquisas científicas e implementa medidas para reduzir a captura dessas aves, colocadas em prática nas embarcações de pesca que partem dos portos de Santos (SP), Itaipava (ES), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS), municípios onde a organização mantém atualmente bases de trabalho.
Com informações do Com Ciência