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Termoelétrica ameaça biodiversidade chilena

3 de setembro de 2010
3 min. de leitura
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Um grupo de representantes da comunidade de La Higuera, liderado pela prefeita Sylvia Clavería foi até a Câmara dos Deputados do Chile para apresentar as eventuais irregularidades no processo de aprovação do projeto para a construção da termoelétrica Barrancones, que será instalada em Punta de Choros, perto das reservas marinhas da região de Coquimbo.

No Congresso o grupo se reuniu com os deputados Marcelo Díaz (PS), Alfonso de Urresti (PS), Osvaldo Andrade (PS), Adriana Muñoz (PPD), Matías Walker (DC) e a presidenta do PPD, Carolina Tohá para pressionar o Presidente chileno, Sebastian Piñera a cumprir as promessas feitas em sua campanha presidencial, na qual assegurava que o projeto não caberia em sua administração devido às incompatibilidades ambientais do projeto da empresa Suez Energy. Em outro movimento de manifestação contrária às negociações do projeto, os deputados Enrique Accordi (PPD), Marcelo Díaz (PS) e Guillermo Teillier (PC), juntamente com o Movimento de Defesa do Meio Ambiente (MODEMA) e Sylvia Clavería, foram até a casa presidencial de La Moneda para entregar ao presidente mais de 25 mil assinaturas coletadas a nível nacional e internacional para impedir a construção da Termoelétrica de Barrancones.

O projeto contempla a construção de uma central termoelétrica com capacidade de 600 MW que utilizará carvão betuminoso e sub-betuminoso como combustível principal. A central contaria com 3 caldeiras e uma chaminé por unidade, além da construção de um porto de abastecimento de carvão para a usina. Dessa forma, a comunidade costeira resiste à materialização deste projeto de grande impacto ambiental, levantando o debate sobre a real necessidade de implantação dessa central e de todos os impactos sobre o ambiente, às reservas ambientais e à comunidade de La Higuera. Esse projeto será danoso, principalmente para as Reservas Marinhas de Isla de Choros e para a Reserva Nacional dos Pinguins de Humbolt – Isla Damas.

De acordo com Rosa Rojas, presidenta do movimento ambiental de La Higuera, esse projeto pode provocar danos irreversíveis à biodiversidade da região, área que abriga 80% dos pinguins de Humbold e outras espécies ameaçadas. A repentina mudança de opinião por parte de Sebastián Piñera em relação à construção da termoelétrica levanta suspeitas políticas e constitui-se como uma irregularidade que se soma às problemáticas ambientais já evidenciadas pelo projeto.

Durante três anos a região de Coquimbo manifesta-se contra a aprovação da termoelétrica, porém agora os serviços públicos passaram a se reunir com o presidente mundial da Suez Energy, mudando a opinião antes estabelecida. O deputado Marcelo Diaz ainda coloca que pela primeira vez a Corema da Região de Coquimbo se reúne de forma extraordinária para analisar o projeto deixando de fora a opinião das organizações sociais. Dessa forma essas organizações estão alertadas para a aberração ambiental que esse projeto apresenta: impactar uma das reservas naturais mais valiosas do território chileno.

“Para as questões ambientais, teremos que buscar os compromissos do presidente Sebastián Piñera nas entrelinhas, porque da mesma forma com que ele indicou em sua campanha que este projeto atentava contra a natureza riquíssima da região, hoje a porta fechada deixa que a Corema aprove esse projeto entre quatro paredes”, acrescenta Adriana Muñoz, deputada.

Com esse embate político ambiental, muitos movimentos sociais e manifestações vem ganhando espaço nos meios de comunicação e em redes virtuais, como o twitter. Artistas, ativistas e representantes unem-se em causa comum, pela não aprovação da termoelétrica. A maior importância desses movimentos está em divulgar informações sobre a comunidade de La Higuera, sobre as reservas ambientais e, principalmente, as irregularidades e impactos previstos para esse projeto. (Laura Alves).

Fonte: O Eco





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