O trágico fim da baleia-de-bico já era esperado. O animal foi recolhido nesta manhã em Lagos, depois de ter sido encontrado pela Guarda Costeira boiando próxima à ponta da Piedade. Horas antes, banhistas conseguiram devolver a baleia ainda com vida ao mar quando ela encalhou em Armação de Pera. Na última sexta-feira, outra baleia-de-bico encalhou na Ilha da Fuzeta. Em todos os casos, foi uma aflição para os banhistas que assistiram o sofrimento dos animais.
Segundo um dos banhistas que ajudo o animal a ser devolvido ao mar, a água estava em torno de 80cm. A baleia tinha marcas de redes e o que foi feito foi tentar devolvê-la ao mar. Segundo com outro rapaz que estava no local, foi uma aflição. “Muita gente estava entrando em pânico”, disse.
Os animais de cerca de cinco metros, apareceram mortos, como já seria de se imaginar depois de terem encalhado. A surpresa é que eles apareceram nos areais. As baleias-de-bico habitam águas profundas da planície abissal. Elas chegam a mergulhar 1000 metros para encontrar alimento e quase nunca são vistas.
“Primeiro achamos que poderia ser uma situação perfeitamente normal porque há baleias-de-bico na costa portuguesa, mas com todas estas mortes, deixou de ser algo ocasional, portanto pode haver alguma coisa que está causando estas mortes, mas neste momento não podemos dizer o que é ainda.” diz Marina Sequeira, Coordenadora Nacional de Arrojamentos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O ICNF demonstra-se preocupado. As necropsias realizadas até o momento não demonstraram a causa das mortes, nem se há ou não alguma relação entre elas.
Sabe-se tão pouco desta espécie que os cientistas não descartam a possibilidade de que a causa das mortes tenha sido uma doença. O ICNF, ainda assim, não considera haver ameaça para a saúde pública. Para os banhistas que encontrarem baleias nesta situação, fica o alerta: “Não aproximem o rosto do orifício respiratório, não se aproximem muito do rabo porque o animal pode se debater e provocar um acidente. Tentar não mexer na boca. Os animais não mordem, mas ao fechar a boca podem machucar alguém. Se os animais estiverem feridos, tentar não mover o animal”, completa a coordenadora.
Os biólogos estão atentos a novos casos e pedem ao banhistas que chamem imediatamente as autoridades marítimas caso se deparem com algum animal nesta situação.
Fonte: SIC Notícias