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Terapias como ozonoterapia, floral e homeopatia propiciam mais saúde aos animais

2 de abril de 2018
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Agulhas são usadas para pressionar pontos que acalma Oli – eduardouzal / Eduardo Uzal

Conhecidos como terapias complementares, os tratamentos que chegam como uma opção a ser implementada junto à medicina veterinária tradicional — como sessões de acupuntura, uso de florais, homeopatia e até a ozonoterapia — ganham cada vez mais espaço no universo dos animais domésticos. São diversos os motivos que levam os tutores a procurarem tais métodos para seus animais: desde a resolução de problemas comportamentais à busca por resultados positivos relacionados a doenças crônicas.

O veterinário Marcelo de Oliveira Laurindo, que atende no Centro Veterinário do Anil, trabalha com a ozonoterapia. Trata-se de uma técnica à base do gás — obtido por meio de um gerador de ozônio medicinal —, que pode ser utilizada como recurso para lidar com patologias que vão desde feridas a problemas gastrointestinais em qualquer animal.

“A proposta é induzir o organismo a produzir antioxidantes, assim ele pode começar a combater o problema. O ozônio tem ação antibiótica, já que bactérias e fungos não têm resistência a ele. Os vírus ainda estão em estudos, mas sabemos que eles não conseguem permanecer no ambiente com o gás”, explica Laurindo.

A terapia existe há 60 anos, mas só começou a ganhar espaço no Brasil a partir de 2015. O gás é aplicado no organismo através de uma seringa ou pode entrar em contato com a pele por meio de uma técnica chamada bagging (quando a ferida é envolvida por um saco plástico, inflado pelo gás). A exposição da derme ao conteúdo do saco deve durar 30 minutos, de acordo com o veterinário. A princípio, o tempo é suficiente para agir na cicatrização.

A aposentada Maria do Socorro Martins não encontrou bons resultados na medicina convencional para tratar Bonita, sua gatinha de 12 anos, que sofre de insuficiência renal. A solução foi a ozonoterapia.

“Marcelo me disse que ela poderia ter uma chance. Senti diferença no comportamento da Bonita, e suas taxas renais estão melhores. Ela não ficou curada, mas está muito melhor do que antes”, garante Maria do Socorro.

Outra alternativa é a homeopatia. Popular entre os humanos, a terapia que usa medicamentos de todos os reinos da natureza de maneira diluída também é usada no tratamento de sintomas físicos e comportamentais dos animais. Para Maria Cristina Ribeiro, a técnica não é novidade. Atuando como homeopata veterinária há mais de três décadas, ela foi uma das fundadoras da Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB) e atualmente é a sua representante no estado do Rio.

“Sempre me preocupei com os efeitos colaterais dos medicamentos convencionais. Eu comecei a me tratar com homeopatia e logo levei isso para a minha profissão. São medicamentos que podem se utilizados até em plantas”, ressalta a médica.

A maioria dos pacientes da veterinária, que faz atendimento domiciliar, é de animais que tomam as duas medicações (convencional e homeopática) para melhorar a qualidade de vida. Segundo ela, os que não tiveram resultados positivos ao serem submetidos a terapias tradicionais estão em busca de uma segunda chance. A yorkshire terrier Carlota Joaquina, de 11 anos, é um exemplo. Após ela ser diagnosticada com hiperadrenocorticismo canino — doença que atinge as glândulas adrenais, aumentando a produção de cortisol —, sua tutora, Elen Genuncio, viu na homeopatia a chance de ter mais anos de vida ao lado da parceirinha.

“Ela chegou a fazer hemodiálise. Mas foi nessa época que conheci a homeopatia veterinária. Faz um ano que a Carlota começou a tomar os remédios prescritos pela Maria Cristina. Minha cadelinha só está viva graças à homeopatia”, diz.

Questões comportamentais, que tanto afligem seres humanos, não são exclusividade de quem convive com o estresse do dia a dia. Animais também são afetados, e as terapias holísticas podem ser boas aliadas na hora de ajudá-los. É quando entram em cena os florais (extratos líquidos sutis preparados a partir de flores silvestres), que atuam no equilíbrio energético e emocional e no bem-estar do paciente.

A terapeuta floral Marcia Rissato, formada pela Bach Foundation e pelo Nelsons World, criou uma linha específica para pets, que está à venda no site da Mon’s Flower. Ela também utiliza os remédios em sua gatinha Doce, uma maine coon de 2 anos.

“Os florais de Bach são indicados para situações de emergência no dia a dia do animal de estimação ou quando ele precisa de ajuda em um problema emocional ou comportamental, como medo de barulho alto, comum em fogos de artifício ou trovões. E também depois de um choque ou trauma, adaptação à perda de um companheiro ou a um novo ambiente. E ainda em demonstrações persistentes de agitação ou forte ansiedade”, diz ela, que recomenda os florais para cães, gatos, coelhos, répteis, pássaros e até peixes.

A border collie Oli, de sete meses, também toma florais. Muito agitada, ela recebe doses prescritas pela veterinária Mariana Blanco, do grupo de medicina veterinária holística VetChi. E também faz sessões de acupuntura.

“As agulhas ajudam no combate a inflamações, na melhora da imunidade e no tratamento de problemas necrológicos. Servem principalmente para equilibrar o quadro energético. Sempre acreditei que a anergia do corpo não é só física. Tem a parte mental, que precisa estar em harmonia para refletir na saúde física”, diz Mariana, que também usa reike em cães e gatos.

Quem já notou os resultados positivos do tratamento em Oli foi Karine de Paula, que convive com a cadelinha.

“Border colie é uma raça muito ativa, e a Oli ainda está sendo adestrada, o que contribui para que fique agitada. Ela participa de encontros com outros animais, sempre passeia, mas mesmo assim tem energia demais. Buscamos as terapias holísticas para ela relaxar. Está no início, mas já percebemos uma evolução”.

Fonte: O Globo

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