Isso é uma generalização covarde de quem quer diluir a responsabilidade pelos atos que comete. “Todos os editoriais de todas as revistas do mundo?” Mentira!
Tendências não brotam do chão como ervas daninhas. Quem decide as coisas no mundo fashion são estilistas e fabricantes. Muitos deles possuem princípios éticos e se negam a seguir tendências cruéis e ultrapassadas. Do outro lado está a Arezzo.
Disse mais o senhor Birman, em entrevista para a Folha de São Paulo: “A pele de raposa usada nos produtos é de criatório, não é de animal selvagem, não tem dano nenhum a natureza, isso é que dá sustentabilidade”. Pode ter muita sustentabilidade. Mas não tem compaixão. Não tem humanidade.
Manter animais presos em gaiolas pela vida inteira para que mulheres rasas possam exibir suas peles pode ser muito ecológico – mas é repugnante. E matar os animais com choques no ânus? É também uma “tendência forte”, senhor Birman? E arrancar a pele de coelhos ainda vivos?
Esse senhor já avisou que parou de vender peles de raposa, mas vai continuar comercializando as de coelho. E dá a seguinte razão para isso: “Nosso entendimento é que todo animal que está na cadeia alimentar, não tem como. Você vai a um restaurante e come coelho no mundo inteiro. É produção de proteína animal, é uma coisa que tem quem goste e quem não goste, mas está na origem do ser humano”.
Matar inimigos com porretes, comer seus cérebros e estuprar suas mulheres também está na “origem do ser humano”. Mas os humanos felizmente mudaram em muitos aspectos. Insistir em justificar a crueldade da indústria de peles não tem mais lugar no mundo civilizado. É bom que empresas como a Arezzo entendam que a reação contra essa barbárie moral só tende a crescer. Empresas sem princípios éticos serão constantemente vigiadas. E boicotadas, se insistirem nos seus erros.