Ventos fortes e águas agitadas dificultam os trabalhos para controlar a mancha de petróleo causada pelo vazamento que pode se tornar o pior desastre ambiental da história americana.
Até 5 mil barris de petróleo por dia estariam vazando na costa do Estado de Louisiana, no sul do país, onde a mancha chegou na sexta-feira. O governo estadual declarou Estado de emergência.
A Flórida também declarou emergência em um conjunto de condados na região de sua costa noroeste.
Além desses dois Estados, Mississippi e Alabama também estão ameaçados pelo vazamento.
O governo americano está pondo em marcha uma gigantesca operação de mobilização para conter o avanço do óleo. O presidente americano, Barack Obama, anunciou o envio de 1,9 mil trabalhadores e 300 barcos e aviões para o local do acidente.
A Guarda Costeira tenta conter o avanço da mancha usando milhares de metros de barreiras absorventes colocadas no mar do Golfo México, mas as marés estão empurrando a barreira para a costa.
A previsão meteorológica para o domingo é de maré alta, o que levanta temores de que o óleo seja empurrado ainda mais para os frágeis ecossistemas da região, onde vivem milhares de espécies marinhas, como tartarugas, golfinhos, baleias e pelicanos.
Responsabilização
A plataforma, que pertence à empresa suíça Transocean e estava sendo operada pela British Petroleum (BP), explodiu no dia 20 de abril e afundou na quinta-feira seguinte, depois de ficar dois dias em chamas.
Logo após a explosão da plataforma, desapareceram 11 trabalhadores que as autoridades dão por mortos.
Na sexta-feira, o governo dos EUA decidiu suspender a perfuração de novos poços de petróleo em áreas da costa do país até que sejam concluídas investigações sobre o vazamento.
Enquanto isso, as críticas contra a BP aumentam. O presidente Obama afirmou que a BP “é, em última análise, a responsável pelo pagamento dos custos da limpeza e das operações, mas estamos preparados para cumprir nossa responsabilidade em todas as comunidades afetadas”.
A secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, reforçou as afirmações de Obama e afirmou ainda que a BP precisa buscar ajuda adicional urgente.
“É hora de a BP ampliar sua atual mobilização em decorrência da chegada da mancha à costa”, disse.
Em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, o chefe de operações da BP, Doug Suttles, afirmou que a empresa está tendo dificuldades para lidar com o desafio “sem precedentes”.
“Nós montamos a maior operação de emergência jamais feita no mundo e utilizamos toda a tecnologia disponível. Nós continuamos a desenvolver novas opções, tanto para lidar com o contínuo vazamento como para minimizar o impacto no meio ambiente. Toda nova ideia, e toda oferta de apoio, tanto do governo local como federal é bem vinda”, afirmou.
Fonte: O Globo