A morte de Raider’s Guide, um galgo de quatro anos eleito Galgo do Ano em janeiro após acumular 17 vitórias em 2024, trouxe à tona o debate sobre o futuro das corridas de cães na Tasmânia. O primeiro-ministro Jeremy Rockliff anunciou que chegou o momento de definir uma saída gradual para a atividade no estado.
Segundo Rockliff, a decisão não foi fácil e pode causar decepção a muitos envolvidos no setor, mas ficou cada vez mais evidente que a prática não acompanha as expectativas da sociedade. A RSPCA da Tasmânia elogiou a medida do governo, classificando as corridas de galgos como um “resquício do passado” e pediu apoio de todos os representantes eleitos para a aprovação do banimento.
A entidade destacou ainda que a morte de Raider’s Guide deve servir como catalisador para mudanças duradouras e para o avanço da comunidade em relação ao bem-estar animal. A Tasmânia segue, assim, os passos do Território da Capital Australiana, que proibiu a atividade em 2018.
Um relatório do economista Saul Eslake revelou que o setor sobrevive quase exclusivamente de repasses públicos. De acordo com o levantamento, o governo estadual destinará 7,5 milhões de dólares australianos às corridas de galgos apenas no período de 2024-2025, valor mais que o dobro da média nacional. Para Eslake, a manutenção desse financiamento se tornou insustentável.
A decisão do governo ocorre em um cenário político delicado, já que as últimas eleições resultaram em um parlamento dividido, sem maioria absoluta para Liberais ou Trabalhistas. Apesar disso, os Verdes e a independente Kristie Johnston manifestaram apoio ao fim das corridas de galgos, reforçando a pressão para que o banimento seja confirmado.