As intensas queimadas que vêm assolando a região do Marajó têm preocupação não apenas pela ameaça à saúde humana, mas também pelos impactos devastadores sobre a fauna local. Em Breves e Portel, cidades duramente afetadas, o cenário de destruição é evidente: uma fumaça espessa cobre as ruas, e moradores se protegem com máscaras para minimizar os danos causados.
Nas áreas de mata, a devastação já fez vítimas entre os animais silvestres. Espécies como tartarugas e preguiças foram mortas, incapazes de escapar das chamas. A propagação do fogo, acelerada pela vegetação seca, transforma o habitat desses animais em um cenário de tragédia e extinção local.
O combate ao fogo mobiliza Corpo de Bombeiros Militar, Bombeiros Civis e equipes da Secretaria Municipal de Obras, que enfrentam um desafio contínuo com novos focos surgindo a todo momento. Em Breves, as queimadas já duram mais de duas semanas, e a fumaça persiste dia e noite, afetando severamente a qualidade do ar.
Em Portel, a situação é igualmente alarmante. Durante a noite, a fumaça é especialmente densa, invadindo a cidade e gerando desconforto e problemas graves. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Portel terminou outubro como a quinta cidade do Brasil com mais focos de incêndio registrados.
Em resposta, as autoridades locais estão mobilizadas. Em Breves, foi realizada uma reunião para coordenação de ações de combate e um canal de denúncias foi aberto. No âmbito federal, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional determinou o estado de emergência em seis municípios da região, incluindo Portel e Muaná, permitindo que as prefeituras solicitem recursos para ações de socorro, como distribuição de água, alimentos e kits de limpeza.
As queimadas, vistas como uma atividade criminosa pelas prefeituras, colocam em risco não apenas os seres humanos, mas toda a vida animal e vegetal da região. A necessidade de ações firmes e preventivas é urgente para preservar o ecossistema do Marajó e proteger os animais que, sem alternativa, estão pagando com suas vidas pela destruição ambiental.