Diferente dos peixes que respiram dentro da água através das brânquias, as tartarugas possuem pulmões e precisam subir até a superfície para inspirar oxigênio e expirar gás carbônico.
Mas esse processo não é feito pelo nariz e sim pela boca. “As tartarugas-marinhas têm respiração pulmonar como nós. Sempre que precisam respirar sobem até a superfície, colocando a cabeça para fora da água. Nesse momento, abrem a boca e o ar entra indo até os pulmões. A glote delas permanece fechada e só abre no momento da respiração, permitindo a entrada do ar”, explica o biólogo e Coordenador do Centro de Visitantes do Projeto Tamar de Florianópolis Daniel Rogério.
De acordo com o pesquisador, as narinas desses animais ficam com a função olfativa, para sentir o cheiro, e também exercem papel filtrador, já que são usadas para eliminar água quando precisam desalagar. Isso ocorre, por exemplo, na hora da alimentação, quando as tartarugas acabam engolindo água junto com o alimento e depois precisam expelir o excesso de líquido.
Apneia
No geral, as tartarugas conseguem realizar a respiração em menos de três segundos e, com um eficiente sistema de transporte de oxigênio, conseguem ficar horas sem respirar.
“Elas chegam a passar até oito horas em apneia, principalmente quando estão em repouso, isso porque as tartarugas conseguem diminuir o metabolismo e a frequência cardíaca, gastando menos energia, consumem menos oxigênio e conseguem ficar mais tempo sem respirar”, ressalta o biólogo.
Apesar disso, em plena atividade, esses animais ficam submersos entre 10 a 30 minutos.
Na superfície
As tartarugas-marinhas não sobem para a coluna d’água apenas para respirar. Elas podem permanecer na superfície por algum tempo por diversos motivos, como para se aquecer, se alimentar, se orientar ou copular.
Na hora de dormir, também é possível descansarem neste local, embora possam escolher ficarem em pedras ou em recifes no fundo do mar.
Espécies
Das sete espécies que existem no mundo, cinco ocorrem no Brasil: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). Todas podem ser vistas em diferentes partes da costa brasileira, embora prefiram desovar do Norte do Rio de Janeiro para cima, locais com areia e água do mar mais quentes.
Fonte: G1