Por Brandon Bosworth
Traduzido por Giovanna Chinellato (da Redação)
Dizem que todos os dias deveriam ser o Dia da Terra. Frequentemente penso que esse deveria ser o caso especialmente no Havaí. Afinal, o Havaí tem um dos mais remotos e frágeis ecossistemas da face da Terra. Não deveria ser um exemplo brilhante de política ambiental?
Em teoria, a resposta é sim. A realidade é diferente. Assim como seria um erro pensar que o Havaí é um paraíso para os animais, o Estado de Aloha está quase sempre um passo atrás em questões ambientais. Por exemplo, a ilha de Oahu levou praticamente uma eternidade para instituir algo tão básico quanto a reciclagem. Ou considere as tentativas da quase monopólio da Hawaiian Electric Company (HECO) para parar o uso de energia solar. Houve alguns rumores de esperança, entretanto, novas políticas foram propostas para ajudar o meio ambiente e a vida marinha.
Um desenvolvimento importante foi o crescimento do repúdio ao uso de sacolas plásticas. Enquanto sacolas plásticas são um problema em qualquer lugar, aqui são um perigo específico, pois acabam no oceano ameaçando a vida marinha. Pondo em risco principalmente as ameaçadas tartarugas-verdes, chamadas localmente de honu.
De acordo com a Turtle Trax, “o plástico lembra comida o suficiente para enganar uma tartaruga matura. Ingerir plástico não apenas é tóxico, como também obstrui o estômago e impede que a tartaruga receba os nutrientes da comida de verdade. Isso normalmente leva a uma morte lenta”. Pode parecer estranho pensar que sacolas plásticas lembrem comida, mas tenha em mente que tartarugas marinhas comem águas-vivas, e uma sacolinha flutuando no oceano tem exatamente a mesma aparência que uma água-viva.
Passinhos de bebê foram dados para lidar com o flagelo das sacolas plásticas. A ilha de Maui instituiu uma proibição, que será ativa em janeiro de 2011. (Maui, incidentalmente, descarta 50 milhões de sacolas plásticas ao ano). A Big Island propôs uma proibição igual, mas os votos foram contra. Kauai baniu todas as sacolas de compra não biodegradáveis.
Agora a legislação estadual está propondo novas leis para lidar com o problema. Algumas já falharam, mas uma, a Senate Bill 2559, ainda está viva. Foi uma história estranha. A Senate Bill 2559 começou como uma proibição a nível estadual de sacolas plásticas e de alguma forma se transformou em taxa de imposto por sacolinha. Caso a lei seja aprovada, haverá taxas de imposto de 5 centavos em cada sacola plástica, paga pelo consumidor no próprio caixa da loja. Stuart H. Coleman, coordenador da Surfrider Foundation do Havaí, escreveu: “impondo uma taxa de 5 centavos em sacolas plásticas ou de papel, a Senate Bill 2559 providencia um incentivo necessário”. Eu não seria tão otimista, mas Coleman aponta que “em Washington DC o uso de sacolas plásticas caiu em 60% no primeiro mês após a taxa de 5 centavos ser imposta”.
Para qualquer um que teve o prazer de nadar com tartarugas marinhas na costa do Havaí, a suposta conveniência da sacola plástica não compensa a ameaça aos belos animais. Enquanto imagino se uma taxa de 5 centavos vai realmente surtir algum efeito, ainda espero que a Senate Bill 2559 seja aprovada. Algo é melhor que nada. E, quando os legisladores estaduais virem que outras cidades estão se dando bem sem as sacolas plásticas, talvez algum banimento a nível estadual seja aprovado.
Com informações de Animals Change